5 de Outubro de 2007 às 10:26

Caixa não atende reivindicações e ameaça com TST

Direção apresenta pouquíssimas alterações na proposta e, numa atitude ditatorial, faz chantagem de levar campanha para Justiça do Trabalho caso bancários não acabem com a greve

(São Paulo) A Caixa Econômica Federal apresentou na negociação desta quinta-feira, dia 4, uma proposta que não avança quase nada em relação a que foi recusada nas assembléias. E numa atitude arcaica, típica a ditadura, ameaçou: se os bancários não aceitarem um acordo e encerrarem a greve esta semana, a direção do banco vai apelar para a Justiça do Trabalho e ajuizar o dissídio coletivo na segunda-feira. Os representantes dos bancários na mesa de negociação repudiaram a ameaça da Caixa, algo inconcebível dentro de um banco comandado por um governo democrático e popular.

"A ameaça da diretoria da Caixa cheira a chantagem de quinta categoria. Se o banco quer ir para o confronto, vai ver o tamanho da briga que vai comprar, porque a mobilização dos bancários cresce a cada dia. Não aceitamos uma postura dessas, principalmente vinda de um banco público. Essa ameaça é um retrocesso sem precedentes para o processo de negociação e uma postura digna de um regime ditatorial", afirma Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa.

Foram dois dias consecutivos de negociações e intensos debates entre os bancários e a Caixa, até que, nesta quinta-feira à noite, o banco decidiu apresentar algo.

"A expectativa de que a empresa apresentasse uma proposta que pudesse resolver o impasse que levou a deflagração da greve foi completamente frustrada. O que a Caixa colocou na mesa não contempla as principais reivindicações dos empregados e representa um grande retrocesso em relação aos acordos firmados nos anos anteriores", avalia Plínio Pavão.

A proposta apresentada limita-se ao cumprimento dos itens econômicos acordados com a Fenaban e não avança nas reivindicações específicas. Para que a proposta fosse melhor, a única diferença que a Caixa apresentou foi o aumento do valor da antecipação da primeira parcela da PLR.

Sobre as reivindicações específicas, o banco apenas assume um "compromisso" com a estruturação de um projeto de unificação das tabelas de remuneração da carreira administrativa; com o aumento do número de bolsas de incentivo à graduação de 4.000 para 4.100; o pagamento do auxílio-creche na data do nascimento do filho (hoje é pago a partir do terceiro mês), entre outros.

Na tentativa de superar o impasse, os representantes dos bancários disseram que apostam na negociação e propuseram uma nova rodada na segunda-feira. "Foi quando a Caixa nos fez a ameaça. Os prepostos do banco afirmaram que essa proposta está no limite e condicionou a retomada da negociação à aceitação. Disseram com todas as letras que se os bancários rejeitarem o acordo nas assembléias desta sexta, vão ajuizar um dissídio coletivo na Justiça do Trabalho. Então, a única orientação que a Contraf-CUT pode dar é: vamos intensificar a greve", ressalta Plínio.

Os representantes dos empregados falaram aos negociadores do banco que é uma contradição da Caixa criar uma vice-presidência em nome do aprimoramento das relações com o seu quadro de pessoal e, na primeira oportunidade, demonstrar exatamente o contrário do que tem pregado.

"Os empregados da Caixa e os sindicatos não vão ficar refém de ameaças e chantagens. Vamos ampliar a greve e enfrentar a radicalização da direção da empresa", conclui Plínio.

Fonte: Contraf-CUT

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