13 de Abril de 2018 às 07:00

Em audiência, bancários demonstram que privatização pode reduzir agências e prejudicar clientes e trabalhadores

Bancos Públicos

A privatização dos bancos públicos pode reduzir o número de agências, principalmente, nas cidades do interior do Estado, provocando a demissão de trabalhadores e prejudicando o atendimento à população.

“A privatização representa a precarização dos serviços, fechamento de várias unidades, aumento de taxas de juros, acabando com o sonho da casa própria, do financiamento estudantil e das linhas de crédito para a agricultura familiar, resultando no encarecimento dos alimentos que chega à mesa dos brasileiros”, alertou o presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Edvaldo Barros, durante a audiência pública “Privatizações, o desmonte dos serviços públicos e os prejuízos à população”, nessa quinta-feira (12).

O debate foi realizado na Assembleia Legislativa, por proposição do deputado estadual Pedro Kemp, com a participação dos bancários e outros trabalhadores de setores que podem ser prejudicados pela privatização, como energia, água e Correios.

“Os bancos públicos são patrimônio do povo brasileiro. A lucratividade do Banco do Brasil e da Caixa foi de quase R$ 23 bilhões em 2017. São recursos que voltam para os cofres públicos”, esclareceu Edvaldo.

 

“A privatização de serviços públicos essenciais pode ter como resultado o encarecimento das tarifas que a população paga, até porque a empresa privada tem a lógica do lucro, não vai desenvolver o serviço tendo prejuízo ou de graça”, relatou o deputado estadual, Pedro Kemp.

Desenvolvimento Local

Dos R$ 27 bilhões movimentados em operações de crédito em Mato Grosso do Sul, 90% (R$ 24,7 bilhões) são de bancos públicos. Vale ressaltar ainda que o montante de R$ 9,7 bilhões é referente ao crédito rural, sendo 88,4% das operações (R$ 8,6 bilhões) realizadas por bancos públicos. Ou seja, além dos programas sociais como FIES e “Minha Casa, Minha Vida”, bancos como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil garantem o desenvolvimento do agronegócio do Estado ao fornecer linhas de crédito com juros menores.

São 288 agências em todo o Estado, sendo 134 de bancos públicos. As unidades bancárias estão distribuídas em 62 cidades. De acordo com o diretor de assuntos jurídicos do SEEB-CG, Orlando de Almeida Filho, que é funcionário do Banco do Brasil, a privatização pode prejudicar, principalmente, os municípios do interior, que já estão sofrendo com as reestruturações. 

“Os bancos privados têm seu foco no lucro e, por isso, estão concentrados nos grandes centros. Nas cidades menores, as agências são dos bancos públicos, principalmente, o Banco do Brasil. Mas, nesse momento, com as reestruturações, com o desmonte dos bancos públicos realizado pelo governo Federal, as agências do interior estão sendo transformados em postos de auto-atendimento”, explicou.

 

O presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados-MS e Região, Ronaldo Ferreira, afirmou que sem os bancos públicos não existe desenvolvimento e citou como exemplo a cidade de Maracaju, que cresceu com a ajuda de bancos como Caixa e Banco do Brasil, que possibilitaram o financiamento da agricultura. Ronaldo também falou sobre a desestruturação desses bancos. “O governo quer entregar o banco público para o capital privado e está desfazendo toda a estrutura desses bancos. Você chega no Banco do Brasil, falta funcionário, chega na Caixa, falta funcionário, e aí o cliente vai ver uma fila enorme e vai achar que precisa privatizar mesmo. É uma estratégia do governo”, comentou Ronaldo.

O secretário de Esportes e Lazer do SEEB-CG, Jadir Fragas, que é funcionário da Caixa Econômica Federal, explicou que a Caixa está presente em vários municípios do interior, financiando obras de infraestrutura, como o asfalto, e realizando políticas públicas, como o “Minha Casa Minha Vida”. “São serviços que outros bancos não têm interesse por ter uma rentabilidade menor. A Caixa atende uma parcela da população que não é de interesse da iniciativa privada, mas que também é importante para o desenvolvimento do país”, avaliou.

Ao final da audiência pública, foi elaborado um documento que será enviado para os deputados federais e senadores alertando para os impactos negativos das privatizações.

Além do presidente do SEEB-CG, Edvaldo Barros, participaram da mesa de debate representantes do Sindicato dos Bancários de Dourados e Região, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no MS, Sindicato dos Eletricitários de Campinas e Região, Comissão dos Empregados da MS Gás de Acompanhamento do Processo de Desestatização e Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos de MS e SindáguaMS.

Por: Adriana Queiroz/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS

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