9 de Julho de 2007 às 10:55

Itaú usa bons resultados da economia para vender seus produtos

(Curitiba) Os índices de crescimento da economia brasileira, tão questionados durante os últimos três governos, nunca foram tão bem avaliados pelos experts no assunto. Economistas, administradores, investidores internacionais, governos de outros países e até a própria mídia tem reconhecido o esforço contumaz do Governo Federal no sentido de promover o tão alardeado “espetáculo do crescimento”.
 
Absolutamente nada abala as finanças do Brasil. Nem mesmo o chamado “apagão aéreo” (termo cunhado pela imprensa e setores da oposição), ou seja, a relativa crise dos aeroportos, por conta da paralisação dos controladores de vôo ou tampouco a crise moral e ética que vive o Congresso Nacional, com sucessivos escândalos de corrupção e quebra de decoro parlamentar tem abalado as finanças do país.
 
A dívida com o FMI está paga, o Brasil atingiu a auto-suficiência em petróleo, os juros estão caindo, o real está cada dia mais valorizado, a inflação está controlada, as bolsas não param de subir e o país está crescendo. Para muitos, este é o sinal de que o país está – depois de sucessivos governos e planos econômicos fracassados – no caminho certo.
 
De fato, o Governo Federal está conseguindo novos parâmetros para a economia brasileira. No entanto, enquanto Lula, aos poucos insere sua marca na história do Brasil, como o presidente que resgatou a dignidade do povo brasileiro, com o maior volume de investimentos na área social e a retomada do crescimento, infelizmente, a maior parte das instituições financeiras prefere tomar pra si os bons resultados.
 
O cenário favorável, com inflação baixa e maior poder de compra do real, deveria, em tese, impulsionar o surgimento de novos postos de trabalho, com o aumento da demanda na indústria, comércio e, principalmente, prestação de serviços. Nem sempre é o que ocorre. E se por um lado, as empresas “capitalizam” a aceleração da economia nacional, por outro, utilizam os bons índices para aumentar suas vendas. É o caso do banco Itaú, que divide com o Bradesco a hegemonia entre os bancos privados no país.
 
Segundo a Consultoria Economatica, no primeiro trimestre de 2007, o Itaú obteve a maior rentabilidade de um banco privado em pelo menos duas décadas. A performance poderia servir como “mola propulsora” do banco para facilitar o acesso de seus quase 10 milhões de clientes a vantagens como redução de juros, isenção de taxas, agilidade na liberação do crédito imobiliário, previdência privada não-predatória, entre outros benefícios. O banco também poderia rever seus conceitos no que diz respeito à política de relacionamento com seus trabalhadores, evitando a imposição de metas e garantindo novas conquistas para a categoria bancária. Seria sonhar alto?
Talvez.
 
Infelizmente, a sociedade e os trabalhadores do ramo financeiro são vistos pelo banco apenas como meros agentes a serem explorados na relação capital-trabalho. E para corroborar esta situação antagônica, o banco optou por uma estratégia de marketing que utiliza o bom momento da economia nacional para promover seus produtos. No mês de junho, o informe de rendimentos “Em Alta”, distribuído aos contribuintes dos Fundos de Pensão e correntistas que possuem carteira de ações, se apodera de tal forma dos resultados econômicos, que a “grosso modo”, soa até como uma afronta, pois durante muitos anos, os bancos e seus prepostos foram personagens importantes no jogo do poder, impedindo a presença de um trabalhador na presidência da República. Agora, de fato, é muito fácil fazer cortesia com o chapéu do outro. O difícil é corrigir as diferenças, repartindo igualitariamente o bônus da economia, já que o ônus, o banco já divide naturalmente entre seus clientes e trabalhadores.
 
O Itaú precisa cumprir a sua parte, compreendendo que quando a economia vai bem, todos merecem ganhar. É assim que funciona nos países onde as instituições financeiras têm, de fato, responsabilidade social. O banco Itaú precisa aceitar esses conceitos, socializando seus lucros, privilegiando os clientes e valorizando seus trabalhadores, responsáveis diretos pelos quase R$ 2 bilhões de lucro obtidos no primeiro trimestre de 2007. É fácil fazer cortesia com o chapéu alheio. Difícil é dividir o sorriso da dama.
 
Fonte: Edson Calixto Junior – Fetec PR

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