17 de Janeiro de 2009 às 20:21
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Foram anunciadas na quinta, dia 15, cerca de 400 demissões no Grupo Santander Brasil. As dispensas são nos centros administrativos do Santander e do Real. O clima durante todo o dia ficou tenso em todos os locais de trabalho do grupo.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região realizou protesto na sexta, 16, no Casa 1, matriz do Real e Centro Administrativo Operacional (CAO), conhecido como Majolão, também do Real e em campanha de rádio para que a instituição respeite os brasileiros e pare com essa prática.
A diretora do Sindicato e funcionária do Santander Rita Berlofa lembra que, em outubro de 2008, o banco anunciou à imprensa seu plano estratégico para 2008-2010, quando o presidente mundial, Emílio Botin, afirmou que “a integração Santander-Real não é uma reestruturação. Pelo contrário: é um projeto de crescimento, de expansão”, com a ampliação do número de agências em 400. O presidente do Grupo Santander Brasil, Fábio Barbosa, foi ainda mais longe: “pretendemos superar a média do mercado em receita menos despesas, ao mesmo tempo aumentando a satisfação de nossos funcionários e clientes”.
Rita questiona: “como é que esses banqueiros podem falar em crescimento, satisfação de funcionários e clientes, demitindo tantos trabalhadores?”.
As demissões não têm relação com a crise. É resultado da fusão dos dois bancos. “É uma situação inadmissível, principalmente para um banco em excelente situação no Brasil e no mundo, que anuncia ‘sinergias de integração que devem atingir R$ 2,7 bilhões’. Ou seja, para os banqueiros, brasileiros ou espanhóis, a fusão trará ganhos, mas para os bancários, pais e mães de família, sobra a tragédia do desemprego”, diz Rita. “Há uma demissão de um bancário com 25 anos de agência, 30 de banco, que estava ainda há três meses da estabilidade da pré-aposentadoria”, completa.
Convenção 158 - O Sindicato exige medidas do Governo Federal, como a ratificação da Convenção 158 da OIT, que proíbe dispensas imotivadas em empresas lucrativas. “Não aceitamos demissões de empresas que têm lucros recordes há décadas. Os bancos não podem dispensar para lucrar. É uma atitude irresponsável que amplia a crise no Brasil. O governo precisa agir”, cobra o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, que debate em Washington com Sindicatos Globais, FMI e Banco Mundial mecanismos de defesa dos empregos na crise.
André Rossi, do Seeb/SP