28 de Janeiro de 2008 às 10:50
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O Bradesco terminou o ano de 2007 sem poder reclamar de nada: o banco registrou no ano passado um crescimento de 58,5% em seu lucro líquido, na comparação com o desempenho de 2006, atingindo a cifra de R$ 8,01 bilhões, recorde para um banco no País. Segundo a Folha Online, apenas no quarto trimestre do ano passado, o Bradescão lucrou R$ 2,193 bilhões, 21,2% a mais do que no terceiro trimestre (R$ 1,81 bilhão).
“O Bradesco continua a ter lucros avassaladores, e também mantém sua postura de não dividir esses resultados com os bancários”, afirmou Neide Maria Rodrigues Borges, secretária de Relações Sindicatos do Sindicato dos Bancários de Campo Grande/MS e Região e funcionária do banco, ao lembrar que “o Bradesco é o único dos grandes bancos brasileiros que não tem um programa de Auxílio-Educação”.
Neide ainda lembra de questões relativas ao banco, tais como o baixo número de funcionários, o assédio moral pela busca de metas e a ausência de um Plano de Cargos e Salários decente. “O Bradesco está entre as instituições financeiras com maior número de problemas para os trabalhadores. Ao mesmo tempo em que a vida dos bradesquianos é dificultada, o banco posa de socialmente correto ou como baluarte da cultura, o que é pura imagem”, alfinetou a diretora.
Durante o ano de 2007, o Bradesco foi alvo de ações por todo o País, devido à postura de declarar lucros altíssimos sem oferecer uma contrapartida adequada aos seus bancários. Foram realizados diversos protestos nas agências. Em Campo Grande, diretores do Sindicato e trabalhadores realizaram panfletagem em agências, mostrando que, enquanto o Bradesco traz “Alegria” (espetáculo do Cirque de Soleil) ou tenta se tornar o “Banco do Planeta”, clientes são afetados pelo serviço precário – causado pela falta de pessoal – e os trabalhadores são alvo de sobrecarga de trabalho.
Números – Ainda conforme a Folha Online, o valor de mercado do Bradesco cresceu 29,1% em 2007, atingindo R$ 109,463 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido, por sua vez, foi de 31,4%.
A carteira de crédito total (considerando avais, fianças e recebíveis de cartões de crédito) atingiu R$ 161,407 bilhões, um crescimento de 38,9% em relação ao ano anterior. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 59,277 bilhões (crescimento de 34,2%) enquanto que as operações com pessoas jurídicas atingiram o montante de R$ 102,130 bilhões (crescimento de 41,7%).
A carteira de crédito de pessoa física chegou em dezembro com R$ 59,277 bilhões – uma expansão de 34,2% em relação comparação com dezembro de 2006 e de 9% no quarto trimestre, na comparação com o mesmo trimestre um ano antes. Segundo o banco, o aumento se deveu basicamente devido à maior demanda por financiamento ao consumo.
Nas pequenas e médias empresas, a demanda por crédito foi maior, com crescimento de 46,7% em relação a 2006 e de 17,7% na comparação trimestral. No caso das grandes empresas, o crescimento foi de 38,2% sobre dezembro de 2006 e de 20,3% no trimestre.
O saldo da provisão para devedores duvidosos somou R$ 7,826 bilhões em 31 de dezembro de 2007, sendo R$ 6,698 bilhões de provisões requeridas e R$ 1,128 bilhão de provisões excedentes.
O lucro líquido ajustado por eventos extraordinários – por exemplo, a venda de participações na Bovespa e na BM&F, entre outros – foi de R$ 1,854 bilhão no quarto trimestre de 2007 e de R$ 7,210 bilhões em 2007.
Secretaria de Imprensa e Comunicação, com informações da Folha Online