2 de Agosto de 2014 às 17:00

Bradesco lucra R$ 7,3 bilhões, mas corta 1.462 empregos no 1º semestre

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Mesmo obtendo um lucro líquido ajustado de R$ 7,277 bilhões no primeiro semestre de 2014, que significou um crescimento de 22,9% em relação ao mesmo período do ano passado e 9,7% no segundo trimestre, o Bradesco cortou 1.462 postos de trabalho, seguindo na contramão da economia brasileira que nos primeiros seis meses do ano gerou 588,6 mil novos empregos com carteira assinada.

O fechamento de vagas foi ainda maior se forem comparados os últimos 12 meses: 2.924 postos de trabalho. Assim, o número de empregados da holding em junho de 2014 caiu para 99.027 ante 101.951 em junho de 2013 (queda de 2,9%), segundo análise da Subseção do Dieese da Contraf-CUT com base no balanço divulgado nesta quinta-feira (31).

"É totalmente injustificável que, com todo esse resultado bilionário, o Bradesco continue demitindo e extinguindo postos de trabalho, além de praticar rotatividade de mão de obra", afirma o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.

"Queremos que o país volte a crescer a um ritmo mais acelerado, com geração de empregos e redução das desigualdades, mas para isso os bancos têm que fazer a sua parte, oferecendo contrapartidas como emprego, crédito mais barato, redução de tarifas, atendimento de qualidade e segurança", salienta.

O banco também fechou as portas de nove agências nos últimos 12 meses, sendo 6 entre janeiro e junho de 2014. Já o retorno anualizado sobre o Patrimônio Líquido médio foi de 20,7% (1,9 ponto percentual a mais do que em junho de 2013).

As operações de crédito cresceram 8,1% em 12 meses, atingindo um montante de R$ 435,2 bilhões. As operações com pessoas físicas evoluíram 9,6% em relação a junho de 2013, chegando a R$ 135,1 bilhões, o que representa 31% do total das operações de crédito. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 300,1 bilhões, com elevação de 7,5% em comparação ao 1º trimestre de 2013, totalizando 69% do total do crédito.

"Esse crescimento das operações provoca aumento de serviços e, com a redução de funcionários, cresce ainda mais a sobrecarga e a pressão no trabalho, afetando a saúde dos bancários e a qualidade de atendimento dos clientes", alerta Cordeiro. "Queremos o fim das demissões, da rotatividade e do corte de empregos. O banco tem que fazer mais contratações, abrir novas vagas e melhorar as condições de trabalho", defende o presidente da Contraf-CUT.

O índice de inadimplência superior a 90 dias apresentou queda de 0,2 ponto percentual, ficando em 3,5% no 1º semestre deste ano (subindo 0,1 ponto percentual no trimestre). O banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) em -2,6% em relação a junho de 2013.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceram 10,9% em 12 meses, totalizando R$ 10,4 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram apenas 7,6%, chegando a R$ 6,7 bilhões. Com isso, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco ficou em 154,8% no 1º semestre de 2014. "O banco paga a folha de pagamento apenas com essa receita e ainda sobra uma metade para pagar outra folha", compara Cordeiro.

Com todo esse lucro gigantesco, o dirigente da Contraf-CUT ressalta que o Bradesco não terá dificuldades em atender a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, que será entregue para a Fenaban no próximo dia 11 de agosto, às 11 horas, em São Paulo. "Queremos a valorização dos funcionários, principais responsáveis pelos resultados atingidos e pelo crescimento do banco", conclui.

Fonte: Contraf-CUT com Dieese

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