21 de Fevereiro de 2024 às 16:39
Reestruturação
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco se reuniu, na tarde de terça-feira (20), na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo, para debater a reestruturação, anunciada pelo novo presidente do banco, Marcelo Noronha, no dia 7 de fevereiro, em entrevista coletiva, sem qualquer negociação prévia com o movimento sindical.
A reunião começou com uma análise de conjuntura feita pela presidenta da confederação, Juvandia Moreira. “É muito importante ficarmos de olho em toda a conjuntura nacional, para acompanharmos os rumos da economia do nosso país. A queda de juros, por exemplo, estimula o investimento produtivo e a geração de emprego e renda. Os juros definidos pelo Banco Central são repassados para os clientes de todo o sistema financeiro. Então, com a Selic alta, aumenta o custo do crédito para as pessoas e para as empresas. Isso significa pagar mais caro pela casa própria e pelo carro. Logo, o inverso também acontece: a Selic mais baixa dinamiza a economia e melhora a vida da população e do setor produtivo, com mais recurso para gastar e investir”, explicou Juvandia.
“É lamentável que tais decisões sejam tomadas sem a devida conversa com os sindicatos, já que qualquer reestruturação de um banco afeta os trabalhadores. Queremos uma posição do banco sobre o assunto, pois não foi discutido com o movimento sindical o que será feito, principalmente, para evitar mais demissões e fechamento de agências”, disse o secretário de finanças do sindicato e membro do COE (Comissão de Organização dos Empregados) do Bradesco, José dos Santos Brito, que estava presente na reunião.
O dirigente sindical José dos Santos Brito foi eleito representante da FETEC Centro-Norte na COE.
“Nós já cobramos uma reunião para falar sobre a reestruturação e até agora não obtivemos respostas. Nós precisamos de respostas. Queremos saber como os trabalhadores serão afetados pelas mudanças. É importante também entendermos como ficam os clientes, pois eles são parte essencial da engrenagem que leva até os bons resultados”, afirmou Magaly Fagundes, coordenadora da COE Bradesco.
O economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Contraf-CUT, Gustavo Cavarzan, fez uma análise dos resultados do banco nos últimos cinco anos e das principais mudanças que já estão em curso com a reestruturação, na busca do banco em voltar ao patamar que já atingiu.
O Bradesco lucrou em 2023 R$ 16,3 bilhões. Apesar disso, a Holding Bradesco encerrou o quarto trimestre com 86.222 funcionários, com fechamento de 2.159 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 169 agências bancárias em 2023. Somente com a receita com prestação de serviços e renda das tarifas bancárias, receita secundária que somou R$ 28,2 bilhões em doze meses, o Bradesco cobre em 122,4% o total de suas despesas com pessoal, incluindo a PLR.
Por: Contraf-CUT
Link: https://sindicario.com.br/banco-bradesco/coe-bradesco-debate-reestruturacao-no-banco/