Banco Bradesco

Mesmo lucrando R$ 3,5 bilhões no segundo trimestre de 2020, denúncias apuradas pelos sindicatos de todo o país, inclusive em Campo Grande e região, mostram que o Bradesco cortou, sem qualquer explicação, o lanche oferecido aos trabalhadores das agências, prejudicando um dos maiores responsáveis pelos lucros exorbitantes do banco: os bancários.

Segundo o secretário de Finanças do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região e bancário do Bradesco, José dos Santos Brito, durante a pandemia o lanche disponibilizado pelo banco pode ser a única refeição do trabalhador em expediente.

“Esse corte prejudica os trabalhadores, principalmente neste momento de pandemia em que os funcionários chegam a trabalhar dobrado para cobrir colegas em home office e acabam não conseguindo almoçar ou sair pra comer fora da agência. Muitas vezes o lanche acaba sendo a única refeição em horário de trabalho”, afirma.

Mesmo não sendo um direito incluído na CCT dos bancários, o dirigente sindical comenta que não há justificativas para o corte, mesmo com as explicações do Bradesco. 

“O banco afirma que é porque havia desperdício, muita sobra do lanche, mas só isso não justifica o corte. O Bradesco continua lucrando, era só administrar melhor as compras para não prejudicar os trabalhadores. Inclusive, os próprios vigilantes se beneficiavam com o lanche para conseguir agüentar a longa jornada nas agências”, ressalta o dirigente.

O movimento sindical vai continuar acompanhando a situação, ainda que a matriz diga que não voltará atrás. 

Só em 2019, o Bradesco teve lucro de R$ 25,887 bilhões, um aumento de 20% em relação aos R$ 21,564 bilhões apurados no exercício de 2018, segundo análise realizada pelo Dieese. O banco ainda terminou o ano de 2019 com 97.329 empregados, com redução de 1.269 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 139 agências.

Por: Daiana Porto/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS