24 de Abril de 2012 às 10:15

RS:sem porta giratória,bancários paralisam agência do Bradesco

 

Os bancários paralisaram nessa segunda-feira 23 a agência do Bradesco em Nova Hartz, no Vale do Paranhana, no interior do Rio Grande do Sul. Inaugurada em setembro de 2011, diante da perda do banco postal para o Banco do Brasil, a unidade não possui porta giratória com detector de metais, descumprindo a lei municipal n. 455/1996.


 


A manifestação foi deflagrada para buscar uma solução e ocorreu no mesmo dia em que o Bradesco anunciou o lucro do primeiro trimestre deste ano, que cresceu 3,4% em relação ao mesmo período do ano passado e atingiu R$ 2,793 bilhões. "Não é possível que o banco abra uma agência sem respeitar a legislação e sem proteger a vida de trabalhadores de clientes", salienta Ademir Wiederkehr, secretário de Imprensa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária.

 

 


"Outra fragilidade na segurança é a presença de apenas um vigilante, contrariando a lei federal n. 7.102/1983", denuncia Ana Betim, coordenadora-geral do Sindicato dos Bancários do Vale do Paranhana. "Trata-se de um tremendo descaso do banco, pois, apesar do lucro gigantesco, é o único banco em Nova Hartz que não tem porta giratória e ainda sem o mínimo de dois vigilantes, o que coloca em risco a vida das pessoas", alerta.

 

 


"A agência também não possui câmeras de monitoramento. Além disso, não há guichê para o caixa, que trabalha numa mesa igual aos gestores da unidade, ficando desprovido de segurança", ressalta Arlete Silveira Malta, funcionária do Bradesco e diretora de Relações de Trabalho e Sociais do Sindicato.

 

 


Negociação

Com a paralisação, que se estendeu até as 12h30, após contatos com o banco, os bancários arrancaram uma negociação com a gerência regional do Bradesco, agendada para esta terça-feira (24), às 17h (horário de Brasília), em Novo Hamburgo. A mobilização contou com a solidariedade da CUT-RS e de outras categorias, como professores, sapateiros e metalúrgicos.




"A Brigada Militar, que enviou duas viaturas no final da manhã, acabou auxiliando nas tratativas com o banco, posicionando-se por uma solução negociada, manifestando-se a favor da porta giratória e reclamando que não foi consultada sobre o local de instalação da agência, que fica distante dos demais estabelecimentos bancários, o que dificulta o patrulhamento e fragiliza a segurança", destaca Ademir.




 

"Lamentável foi a postura da agência que, orientada pelo departamento jurídico do banco, se recusou a protocolar a correspondência do Sindicato reivindicando a instalação da porta giratória", denuncia Ana. "Foi um gesto de desrespeito com a representação legítima dos bancários, que constroem dia a dia a grandeza do banco. Está na hora de o Bradesco valorizar o movimento sindical e negociar com seriedade as demandas dos trabalhadores", reforça Arlete.




 

Audiência na Prefeitura


Após a paralisação, os bancários foram até a Prefeitura de Nova Hartz, onde tiveram uma audiência com Adrione Fabiano Britto, secretário municipal de Administração. "Denunciamos a ausência da porta giratória e cobramos a fiscalização da lei, que prevê advertência, multa de R$ 10 mil e, em caso de reincidência, de R$ 20 mil e interdição", alerta Simone Goldschmitt, ex-presidente do Cpers Sindicato e diretora da CUT-RS.

 

 

O secretário disse que vai despachar o assunto com o prefeito e adiantou que a segurança dos trabalhadores e clientes é uma preocupação do município e da população.

 

 


Expectativas

"Esperamos medidas concretas do Bradesco para garantir segurança em Nova Hartz, assim como em outras agências do Vale do Paranhana que também se encontram em condições precárias, como Três Coroas e Rolante", projeta Ana.

 

 


"Nova Hartz é um exemplo típico da precariedade na segurança das novas agências do Bradesco, inauguradas às pressas no ano passado para manter os clientes do banco postal. Esperamos que o banco reveja a sua política de segurança. Ao mesmo tempo, conclamamos os sindicatos de todo Brasil a verificar a situação das unidades e tomar iniciativas para proteger a vida das pessoas, o maior patrimônio que existe", conclui o diretor da Contraf-CUT.





Fonte: Contraf-CUT com Seeb Vale do Paranhana

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