18 de Abril de 2024 às 14:11
Gestão abusiva
Nesta quinta-feira, dia 18 de abril, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região retardou em 1 hora a abertura da agência do Bradesco que fica na esquina das avenidas Afonso Pena e Calógeras, na capital.
A ação foi em protesto contra o número crescente de denúncias de assédio moral nas instituições financeiras, principalmente no Bradesco. Essa atividade será feita em outras unidades do banco.
Segundo a presidente do sindicato, Neide Rodrigues, as denúncias se intensificaram nas últimas semanas e revelam que vários trabalhadores estão adoecendo em virtude das metas impostas pelo banco.
“Estamos recebendo denúncias de bancários que estão adoecendo por conta desta gestão abusiva do Bradesco. Tem trabalhador não aguentando a situação e pedindo demissão. Isso é um absurdo e um crime. Assédio moral é crime. E estamos aqui para dialogar e conscientizar a categoria, que é preciso denunciar”, disse a presidente.
A orientação é que os trabalhadores denunciem qualquer situação de assédio moral, para que o sindicato possa tomar as devidas providências. As denúncias podem ser feitas por meio do canal disponibilizado no site da entidade (clique aqui) ou diretamente no WhatsApp da Presidência (67-99262-7533) ou da Secretaria Geral (67-99272-4954). O sigilo é garantido!
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Desde 2013, transtornos mentais como depressão e ansiedade ultrapassaram as LER/Dort como principal causa de afastamento do trabalho entre bancários, segundo dados do INSS. Apesar de representar cerca de 1% do emprego formal no Brasil, a categoria bancária representa 25% dos afastamentos acidentários (B91) por doenças mentais e comportamentais no país.
“Estamos com esse protesto para cobrar uma mudança de postura e de modelo de gestão do Bradesco. A categoria está adoecendo a cada dia e, segundo o INSS, o maior número de trabalhadores com problemas mentais é do ramo financeiro. O sindicato está preocupado com essa situação, que está acontecendo em várias instituições e, por isso, vamos continuar com protestos e paralisações”, comentou o dirigente sindical José dos Santos Brito, que é bancário do Bradesco e representante da Federação dos Bancários do Centro-Norte na Comissão de Organização dos Empregados Bradesco.
O representante da Federação na COE Bradesco ainda comentou que a reestruturação do Bradesco, que não foi negociada com o movimento sindical, está contribuindo para os assédios, por conta das demissões, falta de trabalhadores, sobrecarga de trabalho e a imposição de metas abusivas.
“A situação no Bradesco está muito complicada. O banco fez uma reestruturação, demitiu trabalhadores e, os poucos que continuam nas agências, estão sobrecarregados e sofrem pressão para o cumprimento das metas impostas pela gestão do banco. Para piorar, a instituição está retirando os caixas eletrônicos das agências, forçando os clientes a irem para o digital. Trabalhadores e clientes do Bradesco estão sofrendo em detrimento do lucro”, destacou Brito.
Em 2023, mesmo registrando lucro de R$ 16,3 bilhões, o Bradesco cortou 2.159 postos de trabalho e fechou 169 agências, 173 postos de atendimento e 77 unidades de negócios.
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Em novembro de 2023, o sindicato protestou contra a pressão constante por metas inatingíveis e assédio moral por parte do Bradesco, que tem levado a categoria bancária ao adoecimento mental, e também protocolou denúncia na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em MS - órgão vinculado ao Ministério do Trabalho.
Na época, diversos bancários e bancárias do Bradesco estavam afastados para tratamento mental, inclusive com internações hospitalares. Havia agência em Campo Grande em que 18% dos funcionários estavam afastados para tratamento de saúde.
Link: https://sindicario.com.br/banco-bradesco/sindicato-dos-bancarios-realiza-protesto-contra-aumento-de-assedio-no-bradesco/