17 de Junho de 2008 às 10:33

Acorda BB: pesquisa mostra insatisfação de bancários

Bancários insatisfeitos, atendimento precário e funcionários cumprindo horários acima da jornada. Estas são três das mais preocupantes constatações da pesquisa realizada junto aos funcionários do Banco do Brasil na base do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campo Grande/MS e Região, no dia 14 de maio em agências de varejo da Capital e do interior. O levantamento foi realizado com vistas ao movimento planejado para o dia 25 de junho (quarta-feira), data para a qual foi agendada uma greve de 24 horas em todo o Brasil.
 
Composta de sete questões, a pesquisa procurou saber dos bancários como encaram o dia-a-dia de trabalho no BB, além de levantar a opinião da categoria sobre pontos específicos do banco, como a aplicação da lateralidade e compartilhamento das senhas. Os resultados foram preocupantes.
 
Satisfação – Para 78,7% dos bancários abordados, o BB gera preocupação e insatisfação: 43,98% dos entrevistados se disseram preocupados com a reestruturação, que “fica devendo em definição clara das atribuições”; e outros 34,72% afirmaram que estão insatisfeitos, pois o banco peca na valorização de pessoal e ainda atua com aumento da pressão e metas. Apenas 13,89% se disseram satisfeitos no banco. Foram entrevistados 216 bancários neste item.
 
Jornada – Quase 70% dos funcionários do BB entrevistados confirmaram a existência de extrapolação de horário em suas agências, seja costumeiramente (30,26%) ou esporadicamente (39,47%). Ao detalhar a situação, parte dos 228 bancários que responderam a este item relataram que há trabalho de até duas horas a mais, sem o recebimento de hora extra, ou que funcionários fazem trabalho fora do ponto.
 
Atendimento – A prestação do serviço nas agências foi o item que obteve índices que mais chamaram a atenção: 91,21% dos bancários do Banco do Brasil avaliaram que o atendimento é regular (60,19%) ou ruim (31,02%), por conta da falta de pessoal que prejudica o trabalho de quem tem de se desdobrar para dar vazão à demanda de clientes. Um dos entrevistados resumiu a situação dizendo que “não tendo pessoal, não é possível dar um bom atendimento”. O item foi respondido por 216 bancários.
 
Mudanças – Os bancários ainda foram questionados sobre pontos como o fim da substituição e implantação da lateralidade. A maioria dos 221 entrevistados considerou o sistema “confuso” (42,99%) porque implantou uma mudança sem analisar impactos ou definir o funcionamento das agências, ou mesmo “absurdo” (45,70%), pedindo o retorno urgente à forma anterior pois não há substitutos. Apenas 2,71% avaliaram a medida como a melhor para o desempenho das funções.
 
Os bancários ainda foram questionados sobre o compartilhamento de senhas para operações. Constatou-se que 48,15% dos 216 entrevistados, em algum momento, já compartilharam suas senhas, com freqüência (20,37%) ou quando é necessário (27,78%).
 
Por fim, o Sindicato ainda quis saber que sugestões são apontadas para melhorar o “clima” dentro da instituição Banco do Brasil. A grande maioria (56,86%) dos 255 bancários que responderam esse item consideraram que acertar a estrutura interna, permitindo o retorno das substituições e o fim da lateralidade, seria o melhor caminho para o banco. Também figuraram na pesquisa o retorno da pesquisa de clima no SISBB (11,37%) e investimentos na melhor preparação de funcionários (10,39%), já que o atual modelo induz que um colega puna o outro. Mais funcionários e melhores salários foram algumas sugestões apontadas individualmente por bancários.
 
Chamado – A pesquisa apenas fundamenta o movimento deflagrado nacionalmente pela Contraf/CUT, batizado de “Acorda BB”, e que prega o fim das péssimas condições de trabalho, da pressão e do assédio moral no Banco do Brasil. No dia 25 de junho, bancários de todo o País realizarão paralisações nas agências em protesto ao clima de horror instaurado diante dos funcionários.
 
A greve ainda será uma resposta ao BB, que se mostrou intransigente em negociações com os bancários, negando-se a contratar mais funcionários ou mesmo pagar pelas substituições, dentre outras metas instituídas na campanha “Acorda BB”. Os bancários querem melhores condições de trabalho, receber pelas substituições e horas extras, mais funcionários, fim das metas abusivas e do assédio moral, a reabertura de negociações sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários e legalize, no País, a questão do Vale Transporte.
 

Secretaria de Imprensa e Comunicação
 

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