15 de Agosto de 2011 às 12:12
Crédito: Jailton Garcia
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, se reuniu na manhã desta sexta-feira, dia 12, com a Fenaban, em São Paulo, para a primeira avaliação semestral do programa de combate ao assédio moral, previsto no parágrafo 2º do acordo coletivo de trabalho aditivo para prevenção de conflitos no ambiente de trabalho. Os dirigentes sindicais fizeram um balanço positivo dos primeiros seis meses de vigência do programa, mas defenderam ajustes para melhorar a sua aplicação.
O acordo foi assinado, em janeiro, entre várias entidades sindicais e diversos bancos, como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Citibank, Caixa Econômica Federal, Votorantim, Safra e BIC Banco.
A Fenaban fez uma apresentação com dados estatísticos setoriais das denúncias de assédio moral apresentadas pelos sindicatos aos bancos, bem como trouxe sugestões de indicadores para avaliar o desempenho do programa.
"A assinatura do acordo é um fato inédito entre patrões e empregados em todas as categorias no Brasil e no mundo. A primeira avaliação é positiva, mas precisamos aperfeiçoar muito para um combate pleno do assédio moral, que chegue até às suas causas geradoras", afirmou Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT, durante a reunião com a Fenaban.
Os dirigentes sindicais propuseram que a Fenaban inclua nas suas estatísticas as denúncias de assédio moral que também são feitas pelos canais internos dos bancos e quais as causas que provocaram essas denúncias. Os negociadores da Fenaban ficaram de consultar os bancos sobre as propostas apresentadas e continuar as discussões numa próxima reunião, em data a ser marcada.
Acordo inédito
Trata-se de uma experiência pioneira. Foi aberto um canal de denúncias, via sindicatos que firmaram o instrumento coletivo, que são repassadas aos bancos, preservando a identidade dos denunciantes, com o compromisso por parte dos bancos de investigar os casos apresentados. Os bancos acolhem as denúncias, abrem processos de investigação e, no prazo de 60 dias, informam os resultados aos sindicatos com as providências adotadas.
Já as denúncias apresentadas ao sindicato de forma anônima continuam sendo apuradas pelas entidades, mas fora das regras desse programa.
O assédio moral é um dos principais problemas da categoria em todo país. Segundo a consulta feita entre maio e junho pelos sindicatos, 66% dos 27.644 bancários de todo o país conhecem o problema e estão muito preocupados como o assédio moral, de acordo com a enquete organizada pela Contraf-CUT.
Plínio avalia que os primeiros resultados do programa são positivos, mas o processo de apropriação do canal à disposição da categoria, garantido pelo acordo, ainda está no início. "Nossa perspectiva é a de que o canal seja cada vez mais usado. Estamos vivendo uma mudança de cultura. A solução do problema passa principalmente pelo envolvimento do trabalhador em fazer as denúncias", avalia o dirigente da Contraf-CUT.
Números divergentes
Plínio explica que os números finais do balanço do primeiro semestre não foram apresentados ainda por uma divergência de metodologia. "A primeira divergência foi em relação ao período considerado para esse primeiro balanço. A segunda é que consideramos que a Fenaban deve incluir nos dados gerais não apenas as denúncias apresentadas pelos sindicatos, mas também aquelas que chegam via canal interno dos bancos", explica.
De acordo com o dirigente da Contraf-CUT, até início de setembro deve ocorrer nova reunião. "A partir daí teremos um balanço do primeiro semestre consensuado entre as duas representações", conclui.
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://sindicario.com.br/banco-do-brasil/bancarios-propoem-ajustes-no-programa-de-combate-ao-assedio-moral/