5 de Agosto de 2021 às 16:50
Lucro
O Banco do Brasil obteve lucro líquido ajustado de quase R$ 10 bilhões no 1º semestre de 2021, crescimento de 48,4% em relação ao mesmo período de 2020, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No 2º trimestre, o lucro foi de R$ 5 bilhões, aumento de 52,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Segundo o banco, a redução das provisões para lidar com devedores duvidosos (PCLD Ampliada) e o crescimento da carteira de crédito destacam-se no resultado do semestre. A rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido ajustado) cresceu 3,9 pontos percentuais (p.p.) em doze meses, chegando em 14,1%.
“Os resultados são muito bons e os funcionários precisam mesmo ser reconhecidos. Mas, é preciso dizer que estes mesmos funcionários pintados como se estivessem no ‘mundo das maravilhas’, na verdade são estrangulados pelas metas impostas pela atual gestão, principalmente com vice-presidente de varejo, quase um capataz cruel”, disse o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, se referindo ao vídeo enviado pelo presidente do banco aos funcionários na manhã desta quinta-feira para anunciar os resultados do balanço semestral.
“Os funcionários, supostamente valorizados, precisam se desdobrar para cumprir as metas. Ainda mais com as constantes reduções do quadro de pessoal. Uma realidade que leva à sobrecarga de trabalho e ao consequente adoecimento”, afirmou Fukunaga.
Em um ano, o banco fechou 6.956 postos de trabalho e, do primeiro para o segundo semestre de 2021, essa redução de pessoal se acentuou ainda mais. Somente neste segundo trimestre, no escopo do Programa de Adequação de Quadros (PAQ) e do Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), o banco reduziu seu quadro de pessoal em 2.358 funcionários. Além disso, em 12 meses, foram fechadas 390 agências e 33 postos de atendimento bancário e o número de clientes aumentou em 2,9 milhões.
“São menos funcionários, menos agências, mais clientes e mais lucro. Não é difícil de se perceber quem são os prejudicados. O discurso de valorização dos funcionários cai por terra. E os clientes também são afetados, com maior dificuldade para se encontrar uma agência e pelas filas que se alongam. Pagam cada vez mais caro pelas tarifas para ter um atendimento cada vez mais precário, devido à política de desestruturação que é implantada, pelo menos, desde 2016”, observou o coordenador da CEBB.
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias alcançaram R$ 14,1 bilhões no ano, enquanto as despesas com pessoal, incluindo o pagamento da PLR, somou R$ 12 bilhões no período. Ou seja, somente com a receita de tarifas e serviços bancários, que representa uma parte ínfima de toda a arrecadação do banco, é possível cobrir todas as despesas com funcionários e ainda sobram 17,4% do valor.
Veja abaixo a tabela resumo do balanço, ou, se preferir, leia a íntegra da análise do Dieese.
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://sindicario.com.br/banco-do-brasil/banco-do-brasil-lucra-quase-r-10-bi-no-primeiro-semestre/