1 de Abril de 2021 às 08:28

Banco do Brasil reforça insensibilidade ao aumentar metas no momento mais grave da pandemia

Assédio

Reginaldo de Oliveira

Sem levar em conta a fragilidade da economia, impactada pela pandemia do coronavírus, a gestão do Banco do Brasil aumentou as metas para venda de produtos no mês de março. Os funcionários relatam dificuldades para cumprir com os resultados exigidos em face do cenário atual.

Aos impactos da pandemia acrescenta-se os efeitos da mais recente reestruturação promovida pela gestão do banco sob comando de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, que eliminou mais de 5 mil de postos de trabalho e causou o descomissionamento de centenas de funções.

Soma-se a isto o despreparo dos gestores para liderar as equipes – o que resulta em adoecimentos causados pelo assédio moral – e a falta de incentivos, por meio da oferta de cursos, para os funcionários aperfeiçoarem suas funções no banco. 

“Os bancários estão desmotivados por causa da sobrecarga causada pelo fechamento de vagas de trabalho e, principalmente, por causa dos descomissionamentos. Tudo isto está no bojo da reestruturação que, além de prejudicar os trabalhadores, enfraquece o banco público frente à concorrência privada”, enfatiza Getúlio Maciel, representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Bancários cobrados pelo período de afastamento

Bancários que se afastam do trabalho por suspeita de Covid-19 relatam ainda que, ao retornarem ao banco, são cobrados a cumprir as metas também do tempo em que estiveram afastados. 

“Eles ficam afastados 14 dias, mas as metas não são suavizadas, e eles precisam entregar em 15 dias os resultados do mês inteiro, o que reforça a insensibilidade da gestão do banco neste momento atual afetado pela pandemia, quando os clientes não pensam em gastar dinheiro com a aquisição de produtos bancários”, afirma Getúlio.

Suspensão das metas

Por meio de reuniões, o movimento sindical tem cobrado sistematicamente da Fenaban a suspensão das metas, dentre outros temas. Contudo, a federação dos bancos, que também representa o Banco do Brasil, tem se negado a aceitar as reivindicações.

Por: SP Bancários

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