Banco do Brasil

92% dos filiados da Previ aprovaram a suspensão das contribuições, devido ao superávit de R$ 35 bi

 

Sete mil funcionários do Banco do Brasil aderiram ao Plano de Afastamento Antecipado (PAA). O número é o dobro do estimado pelos especialistas e trará impacto negativo de R$ 482 milhões no segundo trimestre do ano e de R$ 46 milhões no terceiro trimestre. Ao fim do ano, o saldo negativo gerado pela medida será de R$ 488 milhões, mas em 2008 o quadro se reverte, trazendo ao banco economia de R$ 158 milhões.

 

O PAA faz parte do projeto de reestruturação da instituição financeira, anunciado em maio. Visa aumentar a eficiência e trazer ganho de escala. Era voltado aos 12 mil funcionários com mais de 50 anos de idade e pelo menos 15 anos de contribuição à Caixa de Previdência dos Funcionários do BB (Previ).

 

Estes servidores foram atingidos pela decisão do banco de concentrar em cinco cidades serviços antes realizados em todo o País. A eles o banco prometeu oportunidades de recolocação, transferências, permutas e desligamento voluntário da empresa por meio de programas de afastamento ou aposentadoria antecipada.

 

Outra medida elaborada pelo Banco do Brasil no projeto de reestruturação atinge o plano de saúde administrado pela Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Caso aprovada pelos associados, resultará na contabilização extraordinária de cerca de R$ 450 milhões em despesas de pessoal, antes dos impostos, no terceiro trimestre de 2007.

 

O BB anunciou, também, que a suspensão das contribuições de funcionários associados ao Plano de Benefícios 1 da Previ, a partir deste mês, por causa do superávit de R$ 35 bilhões alcançado em 2006, que trará economia de R$ 300 milhões este ano referentes à sua contrapartida. A suspensão será revista a cada 12 meses.

 

A suspensão do pagamento da contribuição dos funcionários e da contrapartida do BB à Previ foi aprovada por 92% dos associados ao Plano de Benefícios 1. Ela faz parte de um pacote de benefícios que prevê aos filiados ao Plano de Benefícios 1 a aplicação do superávit de R$ 35 bilhões, obtido ano passado, no aumento de 70% para 90% do complemento da aposentadoria, a instituição deste benefício antecipada para mulheres aos 45 anos e não aos 50 anos como prevê a Constituição, entre outras medidas.

 

A suspensão da contribuição corresponderá a aumento entre 4% a 5% nos salários dos associados do Plano de Benefícios 1, hoje com 124,7 mil filiados. A expectativa é de que seja paga de uma só vez e não em parcelas. O superávit deve-se a aplicação do patrimônio de R$ 105,1 bilhões no mercado financeiro. As negociações com fundos de renda variável alavancaram o ganho, vindo a seguir os de renda fixa.