11 de Janeiro de 2021 às 16:26

Banco do Brasil surpreende funcionários com reestruturação e ameaça de 5 mil demissões

Descaso

A direção do Banco do Brasil pregou uma triste surpresa para seus funcionários e as entidades sindicais ao anunciar nesta segunda-feira (11) pela manhã um plano de reestruturação que prevê o fechamento de agências e outras unidades, além de um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que tem por meta dispensar 5 mil trabalhadores do banco, entre outras medidas consideradas muito ruins.

“É uma reestruturação que prejudica muito os bancários porque retira uma série de direitos ao prever extinção de função, descomissionamento, redução de funcionários nas agências. Nada disso foi negociado com os representantes dos trabalhadores, com os sindicatos, foi uma medida unilateral do banco”, explica o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região (SEEBCG-MS), Rubens Jorge Alencar.

O banco quer fazer mudanças no atual modelo e remuneração dos caixas executivos, que deixariam de ter a gratificação permanente a passariam a ter uma gratificação proporcional apenas aos dias de atuação, se houver. A estimativa do sindicato é que aproximadamente 34 caixas sejam prejudicados por esta medida apenas em Campo Grande.

 

“Teremos impactos negativos para a população que terá mais transtornos para ser atendida, porque mesmo com os canais digitais a gente acompanha as filas nos bancos todos os dias, e também prejuízos para os trabalhadores, que têm enfrentado constantes mudanças que o Banco do Brasil vem fazendo. Nós, do sindicato, não aceitamos retirada de direitos, estamos acompanhando essas medidas e fazendo reuniões para contrapor tudo isso”, ressalta o secretário geral do SEEBCG-MS.

Cerca de 1.091 bancários do Banco do Brasil que estão na base do SEEBCG-MS poderão ser atingidos pelas mudanças.

Mudanças

O plano prevê mudanças em 870 pontos de atendimento por meio do fechamento de agências, postos de atendimento e escritórios e a conversão de 243 agências em postos. Também estão previstas a transformação de oito postos de atendimento em agências, de 145 unidades de negócios em Lojas BB, além da relocalização e 85 unidades de negócios e a criação de 28 unidades de negócios. O PDV prevê duas modalidades de desligamento: o Programa de Adequação de Quadros (PAQ), para o que a direção do banco considera excessos nas unidades; e o Programa de Desligamento Extraordinário (PDE), para todos os funcionários do BB que atenderem aos pré-requisitos.

“Fomos informados pelos funcionários, que receberam o comunicado do banco às 9h. Foi um desrespeito com os funcionários e com as entidades sindicais. Somos contrários a esse plano, que retira do BB o papel de banco público. Também prejudica os caixas executivos, que terão perdas. Na reunião de hoje, as informações foram poucas”, afirmou João Fukunaga, coordenador nacional da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).

Na reunião com a CEBB, os representantes do BB admitiram que não tinham todas as informações por ser o dia do anúncio do plano de restruturação. “Estudamos medidas judiciais e orientamos os bancários que procurem seus sindicatos para mais informações. O anúncio do plano provocou muita preocupação entre os funcionários. Agora, quem está em home office vai querer voltar a trabalhar presencialmente porque está preocupado para não deixar de ser notado em um momento de redução de pessoal. Tudo isso acontece em meio à pandemia”, criticou Fukunaga.

Participaram da reunião desta segunda-feira vários representantes de federações de bancários de todo o Brasil. O plano de restruturação foi considerado um ataque à categoria e pode causar, na prática, a redução do papel do Banco do Brasil como banco público, com o fechamento de agências em diversas cidades do país.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do (Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a CEBB orientam os sindicatos a fazerem reunião para saber o impacto do plano nas suas bases e repasses essas informações para as federações. A CEBB vai realizar nova reunião na quarta-feira (13) para discutir um calendário de lutas e de mobilização dos funcionários.

Fonte: Contraf-CUT com acréscimo de informações do SEECG-MS

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