21 de Janeiro de 2008 às 10:51
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O setor bancário criou menos empregos em 2007 em relação a outros setores da economia e o próprio ramo de atividade, conforme apontou reportagem da Folha Online. No ano passado, o saldo entre contratações e desligamentos no setor ficou positivo em 21.957, bem abaixo dos 26.707 registrados em 2006.
A desaceleração na geração de empregos nos banco é causada por vários fatores, dentre os quais se destacam as fusões entre instituições financeiras e a expansão da rede de correspondentes bancários. “Quanto maiores se tornam, menos funcionários os bancos mantêm, ao mesmo tempo em que buscam empurrar o atendimento normal dos clientes para a rede de correspondentes”, afirmou o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Campo Grande/MS e Região, José Aparecido Clementino Pereira.
A expectativa do setor sindical para este ano é de uma nova queda na geração de empregos, por conta da fusão entre Santander e ABN/Real. Muitos trabalhadores acabam preocupados com o rumo que as empresas em que trabalha tomam, e decidem por si mesmos mudar de profissão, conforme apontou o presidente do Seeb-SP/SP, Luiz Cláudio Marcolino, ponderando sobre o desgaste causado com tais mudanças.
Em 2007, foram contabilizados 15,2 mil desligamentos voluntários de bancários, contra 9,1 mil no ano anterior. O número de demissões sem justa causa manteve-se estável em 14 mil.
Precarização – A dinamização do setor bancário, que já fez o total de correspondentes superar em quase 100% o número de agências instaladas no Brasil, é outro grande colaborador do processo de fechamento de postos de trabalho no setor bancário. Na prática, os serviços bancários realizados em lotéricas, agências dos Correios, empresas especializadas ou mesmo lojas do varejo representam um golpe a mais na geração de empregos (uma vez que os bancos deixam de contratar).
No Brasil, são contabilizadas 18.513 agências bancários, 6.644 postos de atendimento e 34.861 caixas eletrônicos. O total de correspondentes bancários supera os 110 mil, conforme levantamento da Folha Online. Os trabalhadores desses estabelecimentos, em geral, não têm os rendimentos aumentados por conta dos serviços bancários realizados, e seu piso salarial é menor que o dos bancários.
A Federação Brasileira dos Bancos afirma que não fechou os dados sobre geração de empregos em 2007, no entanto, seu superintendente de Relações do Trabalho, Magnus Ribas Apostólico, afirmou que o número de empregados está adequado à demanda dos usuários. E ressaltou o fato do número de postos de trabalho no setor avançar módicos 6%, ao mesmo tempo em que os bancos buscam aperfeiçoar seu atendimento não só por meio das agências, mas também em call centers, atendimento eletrônico e correspondentes.
Secretaria de Imprensa e Comunicação, com Folha Online
