1 de Dezembro de 2025 às 07:59
Discussão
A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados realiza audiência pública nesta segunda-feira (1º) sobre a precarização das condições de trabalho no Banco do Brasil. O debate atende a pedido da deputada Erika Kokay (PT-DF) e está marcado para as 10 horas (horário de Brasília), no plenário 12.
O objetivo é discutir os impactos das reestruturações internas, do fechamento de agências, da redução do número de funcionários e do aumento das metas sobre a saúde dos trabalhadores e sobre a qualidade do atendimento prestado à população.
Erika Kokay aponta que relatos recorrentes indicam o aumento de casos de adoecimento psíquico entre os empregados da instituição, como quadros de estresse crônico, ansiedade, depressão e síndrome de burnout. "Esses problemas decorrem, em grande parte, da sobrecarga de trabalho, da insegurança frente às constantes mudanças organizacionais e de práticas de gestão que, muitas vezes, desconsideram os limites humanos e o bem-estar do corpo funcional", diz.
A deputada acrescenta que, paralelamente, observa-se o comprometimento da qualidade do serviço oferecido aos clientes, especialmente nas regiões mais afastadas ou com menor cobertura bancária. "O fechamento de unidades e a redução do número de funcionários geram filas, demora no atendimento e dificultam o acesso da população aos serviços bancários essenciais, contrariando o papel social e estratégico que o Banco do Brasil historicamente desempenha no país", ressalta Erika Kokay.
Para o presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto, esse cenário é consequência de uma mudança profunda na atuação do banco ao longo da última década. “O Banco do Brasil, desde 2016, mudou sua missão e, consequentemente, sua forma de atuar no sistema financeiro abandonando seu papel público e priorizando os interesses do capital privado. Com tal prática realizou um processo de reestruturações nas unidades de atendimento, unidades estratégicas e tecnologia precarizando direitos, condições de trabalho e realizando uma exclusão de parcela significativa da população de dentro do Banco. Além disto, com ferramentas de gestão que são usadas para gerar insegurança, medo e ansiedade cresce o número de adoecimentos psíquicos no corpo funcional”.
Britto também alerta que ferramentas de gestão adotadas pela instituição têm contribuído para ampliar o medo, a insegurança e a ansiedade entre os funcionários, intensificando o adoecimento psíquico no corpo funcional. Diante disso, ele defende medidas urgentes: “É necessário, com urgência, revisão do acordo de trabalho de cada funcionário e funcionária, rediscutir as metas abusivas, a estratégia corporativa, respeitar a jornada legal, os direitos trabalhistas, suspender a reestruturação das UEs e Ditec e, principalmente, fortalecer as unidades de atendimento com novo concurso e combatendo o assédio organizacional”.
Para o dirigente, “a audiência pública contribui ao proporcionar o debate sobre a situação de um dos principais bancos públicos do país e de seu funcionalismo, além de possibilitar a definição de encaminhamentos visando construir um BB que atue com responsabilidade social, compromisso com o povo brasileiro e respeito aos direitos da CCT da categoria bancária e do ACT do corpo funcional”.
O SEEBCG-MS acompanhará a audiência, através dos dirigentes sindicais Luciana Rodrigues e Álvaro Marzochi (bancários do BB), e reforça a importância da participação da categoria na defesa de condições dignas de trabalho e do caráter público do Banco do Brasil.
Por: Agência Câmara de Notícias e SEEB-DF
Link: https://sindicario.com.br/banco-do-brasil/camara-dos-deputados-debate-precarizacao-das-condicoes-de-trabalho-no-banco-do-brasil/