17 de Novembro de 2021 às 09:03
Banco do Brasil
Bolsonaro ampliou as medidas para tornar o funcionamento do Banco do Brasil cada vez mais parecido com o dos bancos privados que pouco se importam com os clientes, cortando custos com o fechamento de agências e reduzindo ainda mais o número de funcionários e a remuneração. O foco passou a ser apenas o lucro que nos primeiros nove meses de 2021 atingiu R$ 15,09 bilhões, um crescimento de 48,1% em relação ao mesmo período de 2020. No terceiro trimestre de 2021, o lucro foi de R$ 5,1 bilhões, alta de 2% em relação ao segundo trimestre deste ano.
Houve também redução da remuneração, através, entre outros, do Performa. Este programa prevê a redução do valor das funções de quem sobe na carreira do BB.
“Economizar às custas dos funcionários que ficam sobrecarregados e da clientela também faz parte da preparação para a privatização. Como acontece com toda empresa pública ameaçada, é imposto um pesado corte na sua estrutura para tornar a empresa mais barata, para facilitar a sua venda”, lembrou Rita Mota, integrante da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB). Outro objetivo é com a piora no atendimento, reduzir a resistência da população contra a privatização.
Ao final de setembro 2021, o BB contava com 85.069 funcionários, 7.037 postos de trabalho a menos que em setembro de 2020, em função, sobretudo, dos planos de demissão incentivada na reestruturação de janeiro último. Em 12 meses, foram fechadas 393 agências e 66 postos de atendimento bancário.
O aumento ainda maior da sobrecarga de trabalho é consequência do fechamento maciço dos postos de trabalho, tendo se agravado com a ampliação expressiva da clientela, com o total de clientes passando de 3,4 milhões superando os 76,8 milhões em nove meses. No terceiro trimestre de 2016, o BB tinha 64,69 milhões de clientes. Um crescimento de 19%. A quantidade de trabalhadores, por sua vez, foi reduzida em 22% no mesmo período, passando de 109 mil para 85 mil. Os dados são dos Demonstrativos de Resultados do próprio BB.
O número de agências também diminuiu substancialmente entre o terceiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre de 2021, passando de 5.430 para 3.977. Uma redução de 26,8%.
“Sob o governo Bolsonaro, o Banco do Brasil continua seguindo o mesmo caminho trilhado pelo governo Temer, encolhendo de tamanho, fechando postos de trabalho e de agências, em um movimento de enfraquecimento da instituição financeira frente aos bancos privados, o que é inaceitável, já que, como empresa pública, o BB deveria justamente tomar o rumo contrário, e servir de instrumento de combate à crise econômica e social que se abateu sobre o Brasil em face da pandemia do novo coronavírus e das políticas de orientação neoliberal equivocadas do ministro da Economia, Paulo Guedes”, afirmou Getúlio Maciel, representante da Comissão de Empresa BB e dirigente sindical do Fetec-CUT/SP.
Fonte: Bancários Rio
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