27 de Abril de 2009 às 09:28

Defesa do BB como agente público marca abertura do 20º Congresso do BB

A defesa da unidade da categoria bancária e da importância do Banco do Brasil como agente público e de desenvolvimento do país deu o tom da abertura oficial do 20º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, na noite desta sexta-feira 24, na sede do Sindicato dos Bancários de Brasília. Mais de 260 delegados reúnem-se na capital federal até o próximo domingo para discutir e deliberar as questões específicas do funcionalismo, que vão compor a pauta de reivindicações a ser entregue à direção do BB.

Compuseram a mesa de abertura, mediada por Marcel Barros, secretário-geral da Contraf/CUT e coordenador da Comissão de Empresa do BB, representantes de todo o país. Em todas as exposições, foi colocada como grande desafio ao Congresso a necessidade de se discutir qual o papel do BB, principalmente diante da atual conjuntura de crise econômica.

"Os bancos públicos exercem papel estratégico nesse contexto, como agentes de fomento econômico e social", resume Jacy Afonso, secretário nacional de Administração e Finanças da CUT e diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, disparando severas críticas à política de privatização comandada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que seria do Brasil nessa crise se FHC tivesse privatizado essas instituições?", questiona ele, referindo-se principalmente ao BB e à Caixa Econômica Federal. Jacy atribui à mobilização e resistência do funcionalismo do BB os motivos pelos quais o banco não fora privatizado.

Ele afirma ainda haver um distanciamento entre a direção do BB e os bancários e que é preciso, por conta disso, que eles defendam seus direitos, sem prescindir da luta em defesa da instituição financeira.

Carlos Cordeiro, presidente da Contraf/CUT, defende que o grande desafio ao movimento sindical bancário no momento é a luta pela inclusão na Convenção Coletiva da categoria dos 600 mil trabalhadores que prestam serviços bancários. São trabalhadores que, segundo ele, exercem as funções de bancário, mas que não estão contemplados com os direitos assegurados à categoria.

A estratégia de luta a ser traçada daqui por diante, considera Cordeiro, deve levar em consideração também, mais do que "o BB que queremos", o debate sobre o papel desse novo banco dentro de um sistema financeiro reformulado que igualmente se reivindica. Mas para isso ter êxito, pondera, "é necessário o estabelecimento de um diálogo com os setores da sociedade, além da unidade da categoria, com todos os trabalhadores num só lado da mesa de negociação".

O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Rodrigo Britto, avalia que é preciso ter em mente o que os bancários querem para o futuro do banco, de modo a potencializar os instrumentos de organização da luta, e defendeu a unidade como elemento fundamental para o embate com os banqueiros na campanha salarial.

Para Sônia Rocha, presidente da Fetec/CN, os trabalhadores precisam estar preparados para uma campanha salarial situada dentro de uma crise econômica. Ela avalia que é preciso dimensionar os efeitos da crise sobre os bancos e não cair no engodo das instituições, que a utilizarão como pretexto para negar reivindicações.

Ronaldo Zeni, da Fetec/RS, propôs o debate sobre a história do BB e de seu papel para o Brasil. Ele disse ainda que é preciso redefinir a função dos bancários e defendeu um novo Plano de Cargos e Salários (PCS).

O dirigente sindical da Feeb SP/MS, José Luiz Barbosa, disse que o evento é realizado num momento atípico, de crise mundial, e também argumentou em defesa do BB público.

Sérgio Faria, representante da federação RJ/ES, considera a unidade da categoria como imprescindível instrumento de luta no atual cenário e que os trabalhadores podem ser uma mudança para melhor ante essa realidade.

Humberto Almeida, dirigente sindical da CTB, defende a discussão do melhor caminho para uma campanha salarial voltada para a luta em prol do resgate da dignidade dos trabalhadores.

A representante da Intersindical, Maria Gorete, afirmou que os bancários têm como responsabilidade recuperar o respeito à categoria, que sofre com as péssimas condições de trabalho, com a pressão pelo cumprimento de metas e com assédio moral, no que classificou de caça às bruxas.

Dirceu Travesso, coordenador nacional do Conlutas, por sua vez, relembrou os ataques sofridos pelos bancos públicos nos últimos 30 anos, como a privatização, assim como as perdas de direitos sociais ao longo desse período e reivindica o BB como uma alavanca social e promotor de políticas públicas.

Fonte: Rede de Comunicação dos Bancários

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