11 de Setembro de 2008 às 12:10
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Campanha: BB faz 200 anos e vira as costas para funcionários
A diretoria do Banco do Brasil segue oferecendo seguidas demonstrações de seu descaso para com os funcionários do banco e seus representantes. A mais recente prova está nos resultados das primeiras negociações entre os dois maiores bancos públicos federais, BB e Caixa Econômica Federal.
Na reunião com a Contraf/CUT, a Caixa aceitou proposta dos trabalhadores para o estabelecimento de um calendário de negociações, com encontros agendados que se iniciam nesta sexta-feira, dia 12 de setembro. Também foi acertada a prorrogação do Acordo 2007/2008 até 30 de setembro, com previsão de uma nova prorrogação caso seja necessário. Além disso, os bancários apresentaram uma síntese das principais reivindicações para este ano.
Enquanto isso, no Banco do Brasil, a reunião limitou-se a um encontro de menos de uma hora, no qual só foi realizada a renovação do Acordo assinado no ano passado. A proposta de calendário, levada pelos trabalhadores, não foi sequer apreciada. Nem a data da próxima reunião ficou acertada, dependendo da disponibilidade do banco.
Outro ponto que diferencia as orientações dos dois bancos foi a bem sucedida discussão sobre o Plano de Cargos e Salários (PCS) realizada na Caixa nos últimos meses. Vindo de uma discussão antiga, o tema retornou com força à pauta na Campanha Nacional dos Bancários do ano passado, resultando em acordos e negociações que culminaram numa proposta que atendeu a maioria das reivindicações e por isso representa um grande avanço para os empregados do banco.
Diretoria autoritária – No Banco do Brasil, entretanto, a direção prefere já há seis anos empurrar a questão com a barriga. Um grupo de trabalho chegou a ser criado em 2003, para discutir a criação de um Plano de Carreira e mudança no Plano de Cargos e Salários, alterado pelo banco em 1997 sem negociação com os trabalhadores. No entanto, o GT foi extinto, suas discussões engavetadas e, segundo declarações da diretoria do BB, o assunto está encerrado: o banco não pretende discutir um PCCS com os trabalhadores.
“São medidas autoritárias como essa que têm feito os funcionários do banco perderem o interesse em continuar na empresa”, analisa William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf/CUT e funcionário do BB. “Essa diretoria não tem a capacidade de compreender que o que mantém um profissional por anos em uma empresa é um bom salário - que deveria ser bem maior do que o oferecido nos concursos do banco - e um PCCS que permita aos bancários vislumbrarem o crescimento na empresa de acordo com a competência de cada um. Sem isso, as pessoas vão continuar saindo e o banco perdendo bons profissionais”.
Contraf/CUT