16 de Julho de 2008 às 10:19

Ex-morador de rua assume cargo no BB em Recife

Nesta segunda-feira, dia 14, em Recife/PE, o ex-morador de rua Ubiraja Gomes da Silva, 27, assumiu o cargo de escriturário do Banco do Brasil. Sua história é mais uma demonstração da importância dos concursos públicos como método de seleção profissional.
 
Ubirajara contou ao portal Uol que foi criado pela avó, com quem brigava muito. As brigas o levaram a sair de casa aos 15 anos, quando passou a viver nas ruas da capital pernambucana. “Na rua, agressões poderiam surgir de outro mendigo ou de ‘algum filhinho de papai, que podia tentar algo’”, contou, concluindo que nada grave ocorreu com ele. “Estou aqui, inteiro”.
 
Voltou a estudar aos 20 anos, atraído em parte pela merenda escolar. Completou o ensino médio em 2006, em curso supletivo. Freqüentava a biblioteca pública, onde lia jornais. Um amigo que conheceu lá sugeriu os concursos públicos. “Foram quatro, antes da seleção no Banco do Brasil”, diz o texto.
 
Encarar os estudos vivendo na rua foi difícil. “De manhã, eu comia bolo-de-rolo com um copo de Coca. Durante o dia tomava muito café, com dez quilos de açúcar em cada xícara e, à noite, comia a merenda da escola”, contou ao Uol. Nestas condições, estudou muito. “Eu sou mesmo um camicase”, se define. Para a seleção do BB, utilizou uma prova de concurso anterior que baixou da Internet, acessada em locais públicos. “Já tinha feito quatro concursos.Você faz muita prova e acaba tirando alguma coisa disso”, afirmou.
 

Para William Mendes, secretário de Imprensa da Contraf/CUT e funcionário do BB, a história de Ubirajara demonstra a importância dos concursos públicos para garantir a igualdade de condições entre os concorrentes a um determinado cargo. “Se a seleção fosse como na iniciativa privada, uma série de preconceitos dificultariam a contratação de uma pessoa nas condições de Ubirajara, morador de rua”, explica. “Um concurso público garante que ele seja avaliado por seus conhecimentos e valorizado por eles, sem espaço para discriminações”, sustenta. 

Contraf/CUT, com Juliana Doretto, Portal Uol
 

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