12 de Junho de 2015 às 18:45

Ex-vice-presidente do BB é preso em operação da Polícia Federal

Estimativa é de que R$ 3 bilhões foram lavados em 3 anos

O ex-vice-presidente do Banco do Brasil, Allan Simões Toledo, foi preso nesta segunda-feira (11) durante operação da Polícia Federal em São Paulo contra evasão de divisas e lavagem de dinheiro entre o Brasil e países do exterior. As prisões temporárias de oito pessoas foram decretadas após decisão da 2ª Vara Federal Criminal em São Paulo.

Na mesma decisão, foi decretada a prisão preventiva de outras quatro pessoas. Foram expedidos ainda mandados de condução coercitiva de outras duas pessoas. O G1 não localizou o advogado de Toledo. No total, a PF prendeu 11 pessoas. Funcionários de bancos e doleiros estão entre os presos. A estimativa é a de que em três anos, R$ 3 bilhões foram lavados.

O Banco do Brasil informou que Toledo foi desligado em dezembro de 2011 e que não possui nenhuma informação sobre os fatos investigados. Ele trabalhou por 29 anos no banco e foi retirado do cargo por decisão do Conselho de Administração do BB seguindo recomendação da diretoria.

O Banif disse que não vai se manifestar sobre a prisão do executivo.

Das 11 prisões, oito ocorreram na capital paulista, uma em Araras, no interior paulista, uma em Resende, no Rio de Janeiro, e uma em Curitiba, no Paraná.  A PF solicitou à Justiça que sete suspeitos fiquem detidos temporariamente e 4, de forma preventiva.

O próximo passo da operação é a identificação dos clientes e motivos das movimentações financeiras. Os nomes dos detidos e das empresas investigadas não foram divulgados.

A PF pediu à Justiça o bloqueio de várias contas de passagens, que eram usadas para movimentar o dinheiro, além de imóveis. Foi apreendido R$ 1 milhão de dinheiro em espécie nesta manhã.

O esquema contou com a participação de três funcionários de um banco identificado sediado na capital paulista. A investigação indica que outros bancos estejam envolvidos na operação.

"Pelo perfil que a gente pode observar até pelos antecedentes criminais de alguns dos envolvidos essas pessoas fazem parte do crime financeiro, do crime do colarinho branco o seu modo de vida", disse Ferreira Neto. Alguns detidos já tiveram passagens por crimes contra o sistema financeiro, segundo o delegado a PF Alberto Ferreira Neto

Em um ano, apenas uma das empresas investigadas movimentou R$ 170 milhões.

Uma estatal venezuelana, que não teve o nome e nem o ramo de atividade divulgado, está sendo investigada por envolvimento na operação.

"O dinheiro passava por contas de passagem inclusive de uma estatal venezuelana e dali vinha para o Brasil ou ia para Hong Kong", declarou o delegado. Apesar da conta ser de uma estatal, não se sabe ainda se o dinheiro vem do governo da Venezuela. "Nós não fizemos uma cooperação policial internacional com a Venezuela, então não se pode ter uma precisão".

A operação, nomeada como Porto Victoria, também cumpriu dois mandados de condução coercitiva e 30 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Araras, Indaiatuba, Santa Bárbara do Oeste, no interior paulista, além de Curitiba (PR) e Resende (RJ).

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