16 de Novembro de 2007 às 11:59

Ganho do Banco do Brasil recua 20% e fica bem abaixo do dos bancos privados

Maior instituição financeira do país, o Banco do Brasil lucrou R$ 3,8 bilhões nos nove primeiros meses do ano, queda de 20,7% ante mesmo período de 2006 e abaixo dos R$ 6,4 bilhões obtidos pelo Itaú e R$ 5,8 bilhões do Bradesco.

No terceiro trimestre, o banco teve lucro de R$ 1,4 bilhão. Apesar de o resultado ser 50% melhor do que o do mesmo trimestre de 2006, o desempenho da instituição controlada pela União é inferior ao dos seus concorrentes privados no período: R$ 2,4 bilhões do Itaú e R$ 1,9 bilhão do Bradesco.

O dado do BB foi influenciado pela carteira de crédito, que tem contribuído para safra de lucros recordes das instituições financeiras, e refletiu também o custo das políticas públicas.

Principal agente financeiro na área agrícola, o BB sofreu com a queda de 0,7% nos empréstimos ao setor entre junho e setembro. O agronegócio é quase 30% da carteira de crédito do BB. Além da entressafra, pesou o fato de o banco ter praticamente parado a concessão de novas operações aos agricultores enquanto acertava como ficariam as parcelas de empréstimos anteriores vencidas neste ano e incluídas na renegociação de 2006 com o governo.

Com isso, apesar de verificar aumento de 5,7% nas operações com pessoas físicas e de 5,9% com as empresas, a carteira de crédito, que alcançou R$ 137,6 bilhões, subiu apenas 3,5% no trimestre, ante 7,5% do Bradesco e 8,7% do Itaú.

Enquanto seus concorrentes privados investiram em incorporações de instituições menores e compra de outras carteiras de crédito, elevando sobretudo os empréstimos nas áreas de veículos e habitacional, o Banco do Brasil ficou praticamente fora dois mercados promissores.

Tradicionalmente, a área habitacional sempre foi o foco da Caixa Econômica Federal, também controlada pela União, enquanto o Banco do Brasil se concentrou na agricultura.
Apenas em 2008, o BB deverá investir na sua própria carteira habitacional, focando em imóveis nas faixas de renda média e alta para não bater de frente com a Caixa.

Folha de S. Paulo

 

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