14 de Fevereiro de 2019 às 08:56

GDP: Banco ameaça trabalhador que atribuir nota máxima

BB

Em comunicado, BB diz que ao atribuir nota 7 para si mesmo ou para seus pares, trabalhador pode incorrer em desrespeito ao código de ética; Para o Sindicato, informe configura ameaça e escancara hipocrisia da direção do banco; Dia Nacional de Luta contra descomissionamentos acontece na quinta 14

Em comunicado interno, enviado para algumas equipes, o Banco do Brasil informa que avaliações com nota 7 (conceito máximo) no GDP, feitas pelos próprios bancários ou por seus pares, ferem o código de ética do banco, podem ser retiradas da base de dados e avaliadas disciplinarmente. Na avaliação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a postura do banco configura cerceamento da liberdade de avaliação por meio de ameaça e escancara a hipocrisia da direção da instituição.

“Ao mesmo tempo em que o banco utiliza-se dessa postura ameaçadora para cercear a liberdade dos bancários nas suas próprias avaliações e de seus pares, ele não faz qualquer crítica, por menor que seja, quando gestores atribuem nota mínima em todos os critérios para trabalhadores que muitas vezes não possuem feedbacks negativos e que apresentam boa produtividade”, critica o dirigente do Sindicato de SP e bancário do BB Willame Lavor.

“Esse comunicado escancara toda a hipocrisia da direção do banco. Que moral a direção tem para criticar avaliações com notas máximas enquanto promove uma verdadeira onda de descomissionamentos arbitrários. Funcionários que tiveram suas metas realizadas, cumpriram pontuações e itens negociados, foram descomissionados por desempenho, sem qualquer critério técnico que fundamente a decisão”, indigna-se o diretor do Sindicato e membro da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, João Fukunaga.

Só de segunda (4) a sexta (8), por orientação da Superintendência de Pessoa Jurídica, cinco gerentes de relacionamento de agências Empresa foram descomissionados, sob alegação de “problemas de desempenho”. O banco informou aos funcionários que eles perderiam a função por conta do desempenho, mas não deu maiores explicações.

“Os critérios de avaliação em 360º não são mais respeitados. Para retirar o cargo dos funcionários, basta uma nota abaixo da média vinda do superior que o banco entende que pode efetivar o descomissionamento. Isso porque no novo modelo de gerenciamento dos escritórios, com as Superintendências Centralizadoras, existe uma maior pressão sobre os administradores para descomissionar sem que sejam observados critérios. Inclusive, recebemos denúncias de que o Superintendente da Varejo PJ realizou áudio conferência com gerentes gerais e informou que a meta é realizar um descomissionamento por mês”, explica Fukunaga.

Luta

Para protestar e cobrar o fim da recente onda de descomissionamentos arbitrários, os bancários do Banco do Brasil realizam nesta quinta-feira (14) o Dia Nacional de Luta contra os descomissionamentos no banco.

“Não podemos permitir que bancários tenham retiradas suas funções e reduzidos seus salários dessa forma arbitrária, muitas vezes sem que seja apresentada qualquer justificativa para o descomissionamento. Mais uma vez estaremos unidos e mobilizados para cobrar do banco que respeite os funcionários e pare de utilizar o descomissionamento como ferramenta de gestão”, conclui Willame.

Fonte: SEEB/São Paulo

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