12 de Fevereiro de 2020 às 14:03
Mobilização
Nesta quarta-feira, dia 12, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região participou do Dia Nacional de Luta contra os prejuízos oriundos da nova reestruturação do Banco do Brasil, que na prática reduz a remuneração, a PLR e impacta negativamente na carreira dos trabalhadores do banco público. O ato foi em frente à agência do BB que fica na Avenida Afonso Pena esquina com a Rua 13 de Maio, na região central de Campo Grande. O início do atendimento aos clientes foi retardado em 1 hora, começando ao meio dia.
Segundo a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues, as mudanças divulgadas pelo Banco do Brasil, no início de fevereiro, vão contra a Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários.
“O movimento sindical se reuniu e fez, nacionalmente, um dia de luta contra a forma que a direção dos bancos federais vem agindo, implantando reestruturações sem dialogar com os representantes dos trabalhadores. Isso é um desrespeito a nossa convenção coletiva, que diz: qualquer mudança deverá ser dialogada com o movimento sindical. Nós não vamos aceitar que os nossos direitos sejam desrespeitados e vamos continuar exigindo uma negociação com o movimento sindical, já que as medidas impactam a vida desses trabalhadores”, afirmou.
Durante a mobilização, os dirigentes sindicais entregaram uma edição especial do jornal O Espelho, com uma análise dos principais impactos da reestruturação no BB, enquanto um artista pichava, em uma lona, palavras de ordem contra a privatização do banco público. Mais tarde, atores encenaram uma peça teatral sobre a importância da luta e do Banco do Brasil para o povo brasileiro.
Nos últimos quatro anos, os trabalhadores do Banco do Brasil já passaram por diversas reestruturações, com fechamento de mais de 600 agências e postos de atendimentos em todo o país, e por programas de demissão de voluntária, com o enxugamento do quadro de funcionários - de 120 mil trabalhadores do BB, hoje está em torno de 80 mil. Por outro lado, o lucro líquido do Banco do Brasil foi de R$ 13,222 bilhões, nos primeiros nove meses de 2019. Os números representam um crescimento de 36,8% com relação ao mesmo período de 2018.
“Essa reestruturação vem sendo causada em sintonia com o desmonte da Caixa. São duas reestruturações que podemos dizer que é extremamente nociva para o trabalhador bancário e para a população em geral. Isso está relacionado com uma política que diz que não vai privatizar os bancos públicos, mas os implodem por dentro. Desde 2016, o Banco do Brasil vem sofrendo um verdadeiro sucateamento, precarizando ainda mais o serviço bancário”, afirmou o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e funcionário do BB, Orlando de Almeida Filho.
Ainda segundo o secretário de Assuntos Jurídicos, o sucateamento do serviço bancário pode levar ao aumento das metas abusivas e adoecimento dos trabalhadores.
“Há muito tempo não há contratações para suprir a grande quantidade de trabalho e atendimento para a população. Em toda a crise que o Brasil já passou, o setor financeiro foi um dos únicos a não ser impactado, muito pelo contrário, na crise é onde eles mais ganharam lucros em cima do trabalhador e dos clientes”, apontou.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado, Sindicato dos Jornalistas Profissionais e Sindicato dos Trabalhos em Seguridade Social estiveram presentes apoiando o movimento.
“Nós apoiamos essa mobilização por entender que é um absurdo privatizar os bancos públicos. São os bancos públicos que financiam a habitação popular, a educação, agricultura e mais uma série de coisas. O banco público é do povo e privatizar é atentar contra os direitos da população”, destacou o presidente Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS, Walter Gonçalves.
“O sindicato da saúde é contra qualquer tipo de privatização de empresas públicas no Brasil, temos o entendimento de que todas as reformas que estão sendo feitas são para beneficiar justamente os banqueiros e empresários. Como na saúde não é diferente somos contrários a essas atitudes do governo de querer destruir o que é público”, pontuou o presidente do Sindicato dos Trabalhos em Seguridade Social em MS, Ricardo Bueno.
Pelo segundo dia consecutivo, os bancários vão protestar contra o desmonte das empresas públicas. Desta vez, serão os empregados da Caixa que vão retardar em 1 hora a abertura da agência que fica na Rua Barão do Rio Branco, no centro de Campo Grande. O atendimento da unidade nesta quinta-feira, dia 13, só começará ao meio dia.
Por: Daiana Porto/Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS
Fotos: Reginaldo de Oliveira/Martins e Santos Comunicação
Link: https://sindicario.com.br/banco-do-brasil/sindicato-dos-bancarios-protesta-em-campo-grande-contra-desmonte-do-banco-do-brasil/