3 de Outubro de 2011 às 10:11

Com cofres cheios, Itaú compra operação de varejo do HSBC no Chile

O Itaú Unibanco fechou na última quinta-feira (29) a compra da carteira de clientes premium do HSBC no Chile. O acordo de venda de ativos envolve quatro agências em Santiago e tem valor de cerca de 20 milhões de dólares. O negócio leva para o banco brasileiro 5,5 mil clientes de alta renda, segundo a imprensa.

"Se o Itaú tem dinheiro para realizar um negócio desse porte, em plena greve nacional dos bancários, não é possível que não tenha recursos para atender às justas reivindicações de seus funcionários", afirma Carlos Cordeiro, funcionário do banco e presidente da Contraf-CUT e da UNI Américas Finanças.

"A instituição está com os cofres cheios após o lucro de R$ 7,1 bilhões somente no primeiro semestre deste ano. Parte dessa montanha de dinheiro tem de ser destinada para melhorar a remuneração e as condições de trabalho de seus funcionários, principais responsáveis pelos resultados astronômicos do banco", defende.

"Esperamos que o Itaú se empenhe junto à Fenaban para construir uma proposta decente e retomar logo as negociações com o Comando Nacional dos Bancos. Caso contrário, a greve nacional continuará aumentando cada vez mais em todo Brasil", aponta.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8%, valorização do piso, PLR maior, fim da rotatividade, mais contratações, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, mais segurança, igualdade de oportunidades e melhoria do atendimento aos clientes, entre outros pontos.

HSBC

Para o HSBC, conforme a imprensa, o negócio marca mais uma etapa no seu plano de reduzir posição em países onde não possui escala para competir com grandes instituições financeiras locais. A expectativa é que a transação seja concluída no final do trimestre. O HSBC pretende manter suas operações de banco de investimento e comercial no Chile.

Carlos Cordeiro informa que a UNI Américas Finanças encaminhou na mesma quinta-feira uma carta ao HSBC para discutir a situação dos funcionários do banco no Chile. "Essa transação nos causa inquietação em relação ao futuro desses trabalhadores naquele país", disse.

O banco inglês enviou resposta nesta sexta-feira (30), comunicando que encaminhou a solicitação ao Escritório Central do HSBC no México. Além disso, informou que João Rached, diretor de Recursos Humanos da Região, estará ausente por toda a semana que vem, diante de viagem para Hong Kong.

"É fundamental que os empregos e os direitos dos colegas do Chile sejam preservados neste processo", ressalta Carlos Cordeiro.


Fonte: Contraf-CUT com Valor Econômico

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