21 de Novembro de 2008 às 12:31
Compartilhe
A inadimplência recorde, registrada nos últimos tempos em financiamentos de veículos, fez o banco HSBC suspender na quarta-feira (19) o crédito a consumidores não correntistas e o atendimento que era feito nas revendedoras de Campo Grande.
Todos os operadores de financiamentos do banco, que atuavam nas lojas de veículos da Capital, foram retirados. Agora, os interessados em crédito do HSBC, além da exigência de ter conta no banco, terão de fazer a solicitação diretamente ao gerente.
Dados do Banco Central mostram que desde janeiro as pendências avançaram no País, com agravamento a partir da crise financeira mundial. Em setembro, atrasos curtos, com parcelas vencidas há mais de 15 dias, representam 11,23% de todos os financiamentos para compra de veículos no País.
Já a inadimplência dos empréstimos vencidos há 90 dias, o índice é de 3,83%.
Os bancos já vinham diminuindo a média diária de crédito concedido, para R$ 207 milhões destinados à compra de carros. Em 2007, o montante liberado diariamente ficava em R$ 308 milhões, diferença de mais de R$ 100 milhões. Neste mês a venda de automóveis na primeira quinzena já teve redução de mais de 15%, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Segundo o representante da entidade em Mato Grosso do Sul, Luiz Antônio de Souza Campos, ainda não é possível sentir os efeitos da decisão do HSBC, de retirar os operadores das concessionárias, mas acredita que a medida não trará impactos tão negativos por enquanto ao setor, já que outros bancos ainda disponibilizam esse tipo de atendimento. “Mas se outros bancos também decidirem demitir seus operadores, isso sim pode influenciar na agilidade da aprovação do crédito”, explica.
Esses profissionais facilitam o trabalho das concessionárias na hora de aprovar o crédito dos clientes. Sem a facilidade, o procedimento de aprovação do cadastro tem que ser feito ao banco, o que demora mais tempo.
Os operadores passaram a atuar nas revendedoras em 2006, diante da alta concorrência estabelecida pelos bancos para financiamento de automóveis. Em alguns casos, os operadores estavam disponíveis o dia todo nas empresas.
Hoje no Brasil, 50% do crédito liberado é para compra de veículos, 22% de forma consignada, com desconto em folha.
Ângela Kempfer, do Campo Grande News