30 de Julho de 2008 às 11:01
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Bancários do HSBC vão lutar pela manutenção do emprego durante a campanha
Emprego, remuneração, segurança e condições de trabalho: os principais pontos de reivindicação definidos para a Campanha Nacional dos Bancários na plenária da conferência atingem os problemas enfrentados pelos bancários do HSBC. Essa foi a conclusão do encontro dos trabalhadores do banco, realizado nesta segunda-feira, dia 28, na Conferência Nacional dos Bancários.
“A pauta aprovada pelos trabalhadores de todos os bancos cai como uma luva para o HSBC. Isso é importante para conseguirmos mobilizar os trabalhadores para a luta da categoria”, avalia Miguel Pereira, secretário de Finanças da Contraf/CUT.
As questões de emprego e condições de trabalho são fundamentais no HSBC. A falta de trabalhadores nas unidades é gritante em todo o país e demissões constantes só pioram o quadro. “Nesse sentido, a luta pela ratificação da convenção 158 da OIT - que limita as demissões sem justa causa - proposta pela conferência é um caminho para lutar contra essa condição”, avalia Miguel. Além disso, os trabalhadores continuarão com a campanha nacional Contratações Já!, lançada recentemente.
A terceirização também aparece como um problema grave, da mesma forma do uso inadequado dos adolescentes do programa Jovem Aprendiz. Os jovens recebem R$ 350 para cumprir uma jornada de seis horas, além de um ticket-refeição de R$ 8. A função principal deles é a orientação de clientes e usuários no auto-atendimento, mas as entidades sindicais bancárias têm recebido denúncias de que muitos têm sido deslocados para realizar funções tipicamente de bancários, como retaguarda.
A falta de funcionários leva a uma deterioração das condições de trabalho, que são afetadas também por outros fatores. O banco instituiu a jornada de 8h para os caixas nas agências Premiere (voltadas para clientes de alta renda). Além disso, o banco tem realizado pré-contratação de horas-extras, excedendo a jornada legal de 6h diárias. Na área de saúde, os trabalhadores têm enfrentado a descaracterização de doenças ocupacionais e demissões por justa causa de lesionados, além das constantes denúncias de assédio moral.
As propostas aprovadas na minuta geral de criação de um Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos e de regulamentação da remuneração variável também contemplam reivindicações dos trabalhadores do HSBC. Um informativo completa a respeito de PPR/PSV do HSBC será disponibilizado posteriormente.
Outra proposta importante é a criação de um plano de previdência complementar fechado para todos os bancários de banco privados. “É uma proposta positiva para o diálogo com o bancário”, diz Miguel. O banco já possui um plano fechado de previdência, mas que precisa de melhorias.
Foi definida ainda a realização de um Encontro Nacional dos Trabalhadores do HSBC, que deverá acontecer este ano após o encerramento da campanha salarial. O objetivo do evento será organizar o processo de negociação permanente com o banco.
Nicolau Soares, da Contraf/CUT