18 de Outubro de 2019 às 08:22
Digitalização
A Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu, nessa quinta-feira (17), com a direção do banco para debater o novo modelo de agências e o plano de Previdência dos funcionários e conhecer a apresentação do banco sobre o quadro de funcionários por Estado e gênero e do número de admissões e demissões 2018 e 2019.
O banco apresentou os números referentes a admissões e desligamentos de 2018 e de 2019. Porém, não conseguiu finalizar o levantamento do desmembramento de admissões e demissões e ficou de encaminhar para a COE assim que terminar o trabalho.
O Itaú apresentou o Projeto Piloto de Longevidade, que será testado em 16 agências de São Paulo, com a contratação de terceirizados, com mais de 50 anos e carga horária de 20 horas de trabalho, responsáveis por familiarizar os clientes mais velhos aos meios eletrônicos. O projeto terá duração de cinco meses.
“Nossa preocupação com o projeto é que a pessoa contratada terá acesso a informações bancárias dos clientes, o que pode ser perigoso”, alertou Jair Alves, coordenador da COE Itaú.
De acordo com o Itaú, 72% dos bancários têm Previdência e 28% não têm. Dos 28%, eles têm em média 4 anos de empresa e idade média de 29 anos. “Os números mostram que é fundamental o banco reestudar os valores que são pagos em contrapartida pelo Banco no Plano PGBL (616). Hoje vão de 0,5% a no máximo 2% do salário. Esse debate vai para mesa de negociação com a Fundação de Previdência Itaú”
O banco está adotando um novo modelo de agência bancária que tem salas de vídeo conferência, wifi, uma área interna com layout mais aberto, sem caixas humanos, com máquinas que realizam depósito em dinheiro, pagamento com troco (inclusive moedas). No Rio de Janeiro e Nordeste vão inaugurar ainda. Em São Paulo já existe. De acordo com o banco, as agências que vão “tombar” e virar modelo novo que tenham portas giratórias, será mantido o equipamento e as que não tem, não será instalado.
Para Jair, está claro que este projeto favorece os meios eletrônicos, o que pode na realidade, ser uma ponte para digitalização total do atendimento bancário. “Apresentamos a preocupação com as obras e as condições de trabalho dos bancários, citando inclusive o exemplo da Fetrafi-MG que tem uma agência fechada pelo Sindicato de BH há mais de cinco dias por conta da falta de condições de trabalho oferecida pela obra na agência. Questionamos como serão emprego do trabalhador nesse novo modelo. Questionamos também qual será a quantidade de trabalhadores dentro dessas agências e o banco disse que não tem essa informação, mas vão levantar e passar para COE”, lembrou.
“O banco afirmou que não tem interesse acabar com as agências. Apenas quer que os clientes usem meios eletrônicos, mas que quando o cliente precisar ir na agência ele quer que seja bem atendido. Afirmaram que de fato o número de agências vai diminuir, dado o avanço da tecnologia. Disseram ainda que hoje existem vários concorrentes que estão incomodando o banco e, portanto, têm que ser feitas mudanças para competir no mercado”, completou Ramon Peres, representante da Fetrafi MG.
O banco disse que tem recebido de alguns sindicatos sobre possíveis fechamentos de agências. O diretor de Relações Sindicais afirmou não ter muito conhecimento sobre isso, pois o banco trata de uma maneira estratégica esse tema e, portanto, ele não tem acesso.
O Itaú anunciou o fechamento de mais 86 agências normais e 18 agências do Personalité, até 25/11. O banco assumiu o compromisso de fazer o esforço para realocar as pessoas. Soma-se já 240 agências fechadas no ano de 2019. O banco fez o compromisso de encaminhar o nome das agências que vão fechar para a COE que encaminhará para as federações.
Uma nova reunião será realizada para entre os dias 10 e 11 de dezembro, para voltar a discutir esses temas.
Fonte: Contraf-CUT
Link: https://sindicario.com.br/banco-itau/coe-itau-debate-novo-modelo-de-agencias-com-o-banco/