19 de Outubro de 2017 às 11:04

Itaú vai impor perda salarial a funcionários

Itaú

A partir de primeiro de dezembro, a maioria dos trabalhadores do setor Compensação, situado no Centro Tecnológico do Itaú, será transferida de horário e passará a trabalhar até as 22h. Atualmente o expediente daquele departamento é no período da madrugada.

“Todos foram pegos de surpresa, e a indignação com a mudança é geral”, afirma a dirigente sindical de São Paulo e bancária do Itaú Valeska Pincovai. “Esses bancários cumprem jornada na madrugada há muitos anos, e além de terem suas vidas estruturadas com essa rotina, recebem o adicional noturno, conforme a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos categoria”, acrescenta.

A cláusula 9ª da CCT garante o acréscimo de 35% na jornada de trabalho prestada entre 22h e 6h sobre o valor da hora diurna.

Procurado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, o Departamento de Relações Sindicais do Itaú informou o seguinte:

  A mudança ocorrerá a partir de 1º/12/17;

    Todos os trabalhadores serão ouvidos. Caso não possam fazer a jornada proposta, haverá a tentativa de troca com outro bancário. Esses deverão procurar o supervisor.

    Ficarão no horário da madrugada apenas oito bancários, e esse é o número de vagas para o período;

    Serão transferidos 30 para outro horário;

    Haverá espaço para todos trabalharem;

    Os transferidos não receberão mais adicional noturno;

    A intenção é manter o emprego de todos;

    Será vista a possibilidade de vagas no estacionamento.

Segundo os bancários, essa não é a realidade. O Sindicato está recebendo denúncias de funcionários que procuraram os gestores porque não poderão mudar de horário. A resposta recebida é que a alteração ocorrerá e nada poderá ser feito.

“Não é justo o descaso do Itaú com esses bancários. Por que o banco diz que todos serão ouvidos se não poderão trocar de horário e se são oito vagas e 30 funcionários? É uma piada. Um elefante dentro de um fusquinha!”, protesta Valeska.

Diminuição do salário – Outro ponto fundamental é a perda salarial. Os bancários deixarão de receber adicional noturno e com isso perderão mais de um terço do salário atual. “Como ficarão as famílias desses trabalhadores com essa nova realidade, principalmente no atual momento que vive o país, com o desemprego atingindo mais de 13 milhões de pessoas?”, questiona Valeska.

Cobrado pelo Sindicato a respeito da perda salarial, o Itaú respondeu que não fará nada, porque o adicional não pode ser pago para quem trabalha fora do horário previsto na CCT.

“De novo o Itaú pratica maldades com seus funcionários, e justo nessa época do ano, quando os gastos aumentam, principalmente para os trabalhadores que possuem filhos e precisam pagar matrículas escolares, e outros impostos”, enfatiza Valeska.

Alguns trabalhadores sugeriram ser promovidos para a jornada de oito horas, porém o banco recusou, alegando que isso poderia gerar demissões.

“Estamos acompanhando de perto essa situação, continuaremos lutando contra a perda de direitos e já estamos estudando, junto ao departamento de Assuntos Jurídicos do Sindicato, medidas para evitar que os bancários sejam prejudicados financeiramente. Também vamos realizar protestos no CT se não houver negociações com os trabalhadores, como o banco havia se comprometido”, afirma Valeska.

Fonte: SEEB/São Paulo

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