6 de Agosto de 2019 às 08:31
Negociação
SEEB/Brasília
Em reunião dos representantes dos empregados do Santander (COE) com a direção do banco no dia 1º deste mês, em São Paulo, para discutir assuntos pendentes que atingem os funcionários da instituição, mais uma vez houve poucos avanços.
O Santander tem estabelecido prazo para que os trabalhadores tirem suas certificações, porém aqueles que estiveram afastados e retornaram ao trabalho estão sendo pressionados para tirar as certificações. Alguns chegaram a receber carta de advertência, o que tem causado apreensão e até o agravamento das doenças.
Os trabalhadores conquistaram o prazo de 60 dias para quem não tinha exigência para certificação. A alegação do banco é de que essas pessoas levam 36 dias para se certificar.
Em negociação ocorrida em abril, foi conquistado o reajuste do valor do quilômetro rodado, que passou de R$ 0,71 para R$ 0,89, índice que estava defasado desde novembro de 2017. Além disso, ficou definido que o reajuste passará a ser anual. Em 2019, excepcionalmente, serão dois reajustes: em dezembro, além do já realizado em junho. Na negociação desta quinta-feira 1º de agosto foi garantido que esse reajuste será em dezembro, anualmente e automático, com base no IPCA, mais vantajoso para os trabalhadores, e não mais pelo IGP-M.
Houve aumento abusivo na mensalidade e coparticipação do plano de saúde. Além de negar a implantação de um teto de R$ 200,00 para a coparticipação, o banco alegou não pretende alterar o plano. Sem condições de arcar com despesas tão altas, muitos trabalhadores estão deixando de ir às consultas e exames.
Os casos críticos, como o de bancários que fazem tratamentos caros e contínuos, são encaminhados à área de assistência social, conforme informou a direção do banco.
Trabalhadores que retornam após afastamento pelo INSSOs problemas enfrentados pelos bancários que retornam à atividade após o afastamento pelo INSS também ficaram sem resolução. Via de regra, o banco desconta na folha de pagamento de quem tem o benefício do INSS negado todo adiantamento a que tem direito, deixando-o sem salário. O método afronta o acordo coletivo da categoria.
A reivindicação é para que a devolução do adiantamento seja de no máximo 20% do salário, a partir do retorno do trabalhador, nos casos em que a “dívida” não tenha sido quitada antes. Mas o Santander se esquivou e disse que a questão deve ser debatida com a Fenaban.
Os representantes dos trabalhadores reivindicaram que os gerentes afastados por até 180 dias possam, no retorno ao trabalho, voltar para a agência e retomar a carteira de clientes. Os gerentes afastados por até 180 dias só poderiam mudar de agência caso haja pedido do médico assistente. Para os afastamentos superiores a 180 dias e que, porventura, resultaram na perda da carteira, terão prioridade no preenchimento das vagas correspondentes à sua função que sejam abertas nas agências da sua regional de origem.
Outro assunto pendente é sobre a mudança na Data do Último Dia Trabalhado (DUT). O banco editou uma nova versão do documento que deveria se limitar a informar sobre o último dia trabalhado dos trabalhadores que se afastam das atividades profissionais e dão entrada na Previdência Social devido a problemas médicos, uma exigência do INSS. A nova versão do banco tenta influenciar, ilegalmente, a perícia médica sobre o problema que causou o afastamento, relatando fatos ou dados da saúde do trabalhador.
O Santander está retirando as portas de segurança de diversas agências. E irá manter as portas de segurança nos estados e municípios com leis que exigem esse dispositivo. Mas se negou a reinstalar nas demais localidade sob a alegação de que as mudanças implantadas nas agências as tornam menos atrativas para assaltantes.
O banco fez uma atualização em todas as tecnologias de segurança nas agências que tiveram as portas de seguranças retirada. Entretanto, apurou que nessas os trabalhadores e vigilantes dessas unidades não conhecem, essas tecnologias. Em caso de alguma ocorrência eles não saberão como agir.
O Santander se comprometeu a apresentar essas novas ferramentas de tecnologia para os vigilantes e bancários. O RH também se comprometeu a informar os bancários vítimas de roubos e assaltos sobre os seus direitos, como em emissão de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e acesso ao boletim de ocorrência.
Nos Pontos de Atendimento – unidades que só fazem atendimento gerencial e negócios –, o banco mudou o plano de segurança e retirou, não só as portas giratórias, como também os vigilantes.
Foi solicitado o retorno dos vigilantes nestes locais a fim de garantir a segurança dos funcionários e clientes que ficam expostos a “assaltantes de ocasião”, além de riscos à integridade, como assédio sexual e agressões físicas e verbais.
O banco se comprometeu a analisar a questão e a dar retorno.
Somente no 1º semestre de 2019, o banco teve um lucro de R$ 7,120 bilhões, um crescimento de 21,0% em relação ao mesmo período de 2018. “Portanto, nada mais justo que atender as reivindicações dos trabalhadores, uma vez que este resultado é fruto do empenho de seus funcionários”, avaliam os representantes dos trabalhadores.
Fonte: SEEB/Brasília
Link: https://sindicario.com.br/banco-santander/coe-mais-uma-vez-trabalhadores-conseguem-poucos-avancos-com-o-santander/