25 de Novembro de 2011 às 08:57

Jornada internacional reforça luta por acordo global com Itaú e Santander

Mobilização no Brasil e na América Latina para globalizar direitos

Os bancários do Itaú Unibanco e do Santander estão promovendo nesta semana a Jornada Internacional de Lutas, nos países onde os bancos atuam, fazendo manifestações e cobrando respeito e emprego decente. No Brasil, os trabalhadores já realizaram diversas atividades em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Campinas, entre outras. Duas são as principais reivindicações dos bancários. Uma delas é a abertura de negociações para firmar um acordo marco global com os dois bancos, a exemplo do Banco do Brasil, Danske Bank (Alemanha), NAG (Austrália), Nordea (Península Escandinava) e Barclays África (Inglaterra), de forma que haja garantia de direitos básicos aos trabalhadores. A outra reivindicação é o fim das práticas antissindicais que os bancos têm utilizado para tentar impedir a organização e a mobilização dos trabalhadores, o que contraria normas da OIT e da OCDE. Nas manifestações, os sindicatos distribuem o jornal Rede Global Bancária, com versões em português e espanhol, focando num lado as lutas gerais dos trabalhadores e no outro as demandas específicas de cada país. Clique aqui para ler o material aos bancários do Itaú Unibanco. Clique aqui para ler o material aos bancários do Santander. A jornada é mais uma iniciativa do Comitê de Finanças da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) e da UNI Américas Finanças, com o apoio da Contraf-CUT, sindicatos e federações de bancários no Brasil. Itaú Unibanco A Jornada Internacional de Lutas aponta que o Itaú Unibanco lucrou R$ 10,940 bilhões de janeiro a setembro deste ano, o que representa um crescimento de 15,97% em relação ao resultado do ano passado, que foi de R$ 9,433 bilhões. Trata-se do maior lucro para o período na história dos bancos brasileiros. É, acima de tudo, fruto do trabalho dos bancários, que merecem valorização e dignidade. Enquanto bateu novo recorde de lucro, o banco cortou 2.496 empregos no mesmo período no Brasil, o que é injustificável. Conforme dados do Dieese, o Itaú contava em dezembro de 2010 com 102.316 trabalhadores. O número caiu para 99.820 em setembro de 2011. Além disso, o banco pratica alta rotatividade. E as demissões aqui não param. É inadmissível que os cortes ocorram num cenário de lucros crescentes. O pior é que o banco sequer tem dado a chance de os demitidos procurarem uma vaga por meio do centro de realocação. Já no exterior, o banco gerou 425 empregos. O banco tinha 5.724 trabalhadores em dezembro de 2010, passando para 6.149 em setembro deste ano. Com a redução de funcionários, as condições de trabalho pioraram no banco e, para suprir a demanda dos clientes, os trabalhadores estão quase todos estressados, diante da pressão pelo cumprimento de metas inatingíveis. Além disso, enfrentam desvios de função e o fantasma da terceirização. Com tanto descaso o Itaú deveria devolver o prêmio dado pelo jornal britânico Financial Times e pelo International Finance Corporation (IFC), braço do Banco Mundial. Afinal, sustentabilidade começa dentro de casa, garantindo condições dignas de trabalho aos funcionários e qualidade de atendimento aos clientes. Santander A Jornada Continental de Lutas quer avançar mais um passo na direção da abertura do diálogo com o banco espanhol para negociar o acordo marco global. O primeiro passo foi dado no último dia 26 de outubro, na Cidade Financeira do Santander, em Boadilla del Monte, nas proximidades de Madri. Uma delegação de entidades sindicais de quatro países da América Latina (Brasil, Argentina, Chile e Colômbia) e da Espanha foi recebida pela primeira vez pela direção do banco espanhol. Os bancários apresentaram os principais problemas de cada país e entregaram um documento conjunto ao representante do banco, reforçando a proposta das entidades sindicais no Comitê de Empresa Europeu, reivindicando o início das negociações pelo acordo global e a formação de uma coordenadora mundial do Santander, como canal de diálogo social transnacional. No Brasil, os trabalhadores também cobram do Santander o início das negociações para discutir a pauta específica de reivindicações, visando a renovação com avanços do acordo aditivo à convenção coletiva de trabalho, do acordo do Programa de Participação nos Resultados Santander (PPRS) e dos termos de compromisso do Banesprev e Cabesp. A minuta foi entregue no dia 30 de agosto e, com a mobilização desta semana, o banco finalmente agendou a primeira rodada de negociações para a próxima quinta-feira, dia 1º de dezembro, em horário e local a ser confirmado, em São Paulo. O Santander Brasil lucrou R$ 5,9 bilhões até setembro deste ano, o que representa um crescimento de 9% em relação a igual período de 2010. Esse resultado contribuiu com 25% do lucro mundial do grupo espanhol, a maior participação de um país onde o banco tem presença em todo mundo. Apesar disso, o banco fechou 1.636 postos de trabalho nos primeiros nove meses de 2011, além de praticar alta rotatividade. Na Espanha, mesmo com a crise europeia e a redução da participação do país nos lucros do banco, os empregos estão sendo preservados. Por que aqui há demissões e corte de vagas? Os brasileiros merecem valorização. Fonte: Contraf-CUT

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