19 de Novembro de 2019 às 10:25
Desrespeito
Somente nesta segunda-feira, 18, oito trabalhadores da Diretoria de Riscos, alocada na Torre Santander, foram demitidos pelo banco sem qualquer justificativa.
“A injustiça dessa gestão da direção do Santander ultrapassa qualquer limite do absurdo. Não tem cabimento que um banco com lucro de R$ 10,8 bilhões até setembro, resultado 20,4% maior em relação ao mesmo período do ano passado, demita sem qualquer justificativa trabalhadores de forma recorrente, em agências e departamentos, alegando apenas que são cortes. São pais e mães que dificilmente conseguirão ter um final de ano feliz com suas famílias. Porém, para o banco são apenas números. São descartáveis”, indigna-se a dirigente do Sindicato e bancária do Santander, Lucimara Malaquias.
A dirigente diz ainda que os demitidos estavam performando. “São bancários nos quadrantes A e B de produtividade. Um dos demitidos inclusive venceu todas as campanhas propostas pelo banco no ano. Mais uma vez é comprovado que a lógica meritocrática que o banco impões aos trabalhadores não se sustenta. Mesmo performando, apresentando ótimos resultados, bancários são demitidos”, enfatiza Lucimara.
Somente com o que arrecada com tarifas, receita secundária, o Santander cobre em 199% as suas despesas com pessoal, incluindo a PLR. O Brasil segue liderando o resultado global do banco, com 29% de todo o lucro no mundo.
Nem mesmo em um momento delicado como uma demissão, o Santander demonstra o mínimo respeito para com os trabalhadores. É o que revela o depoimento de um dos bancários demitidos da Diretoria de Riscos.
“Meu chefe não conseguiu nem justificar a demissão. A superintendência saiu de férias e deixou a bomba com um gerente e um analista, de outra equipe, para me demitir. Fiquei envergonhado por estar diante de uma pessoa que não era da minha equipe. Não consegui falar nada. Só perguntei onde assinava. O banco tem falado tanto de respeito, diversidade, de copinho de água, e lá dentro não existe respeito com o funcionário. A gente é tratado como número”, indigna-se o bancário demitido.
“Estou em processo de crises de ansiedade, de depressão. Tive de ouvir que não era para esquecer de entregar o crachá. A impressão que dava é que eu tinha de sair dali logo para não causar pânico no departamento”, acrescenta.
O bancário revela ainda que, após ser demitido junto com outros colegas, ficou sabendo que seu chefe reuniu a equipe no intuito de encerrar o assunto. “Depois que tudo aconteceu, o meu chefe chamou a equipe e falou que não queria nem mais um piu sobre o assunto. Disse que tinham mais era que produzir para garantir o deles. Ou seja, produzir para não ser o próximo. Algo que acontece em toda a demissão.”
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