11 de Outubro de 2007 às 22:40
Agência Estado O banco Santander pretende adotar a estratégia de marca única no Brasil, segundo comunicado enviado aos acionistas na Espanha. Com isso, a instituição deverá extinguir a bandeira ABN Amro Real no País, assim como fez com a tradicional marca Banespa. Apesar disso, a bandeira Real continuará a ser utilizada enquanto durar a integração das operações, estimada para ocorrer em três anos. Durante esse período, serão mantidas separadas as estruturas comerciais das instituições.O banco destaca que, na maioria dos processos de integração bancária na América Latina, manteve marcas distintas por um período relativamente longo. Segundo o banco espanhol, apenas agora as instituições que possui no México, Chile e Brasil convergem para uma única bandeira: Santander. Tal estratégia não se limita à América Latina, estendendo-se, em regra, a todos os mercados em que o grupo opera. De acordo com o banco, há pouquíssimas exceções, como o Banesto e o Banif na Espanha.No comunicado aos acionistas, o Santander ressalta que ficará com os seguintes negócios do ABN Amro: unidades latino-americanas, em que se destaca o Real, no Brasil; a Banca Antonveneta na Itália; e o Interbank y DMC Consumer Finance, instituição especializada em crédito ao consumo na Holanda. Por esses ativos, pagará 19,9 bilhões, o que corresponde a 27,9% da oferta total que o consórcio formado por Royal Bank of Scotland Group (RBS), Fortis e Santander fez pelos ativos do grupo holandês ABN Amro. O Santander espera financiar 51% do total a ser pago.Segundo o banco espanhol, confirmada a vitória do consórcio, começará uma reestruturação do ABN, incluindo a divisão dos ativos. Por um período transitório para a reestruturação, o ABN Amro será uma unidade do RBS e propriedade conjunta dos bancos por meio de uma sociedade a ser constituída para essa operação: a RFS Holding. O RBS, líder do consórcio, coordenará a reorganização.ConcorrentesApós a concretização da compra do ABN Amro, o Santander buscará alcançar, no médio prazo, o mesmo nível de resultado dos concorrentes Bradesco e Itaú no Brasil. O banco tentará atingir tal objetivo mediante sinergias, melhora das operações e investimento numa marca líder no País.Segundo o comunicado aos acionistas, o banco a ser formado no Brasil terá participação de mercado similar à de Bradesco e Itaú. Entretanto, mesmo após toda a sinergia esperada até 2010, a instituição resultante vai gerar lucro líquido pelo menos 25% inferior ao previsto para os concorrentes.Para justificar a oferta pelo ABN aos acionistas, o Santander ressalta que os sistemas bancários latino-americanos estão se beneficiando atualmente de menor risco, maior estabilidade, alto crescimento econômico e maior demanda por produtos e serviços, fatores que sugerem a necessidade de um maior investimento na região.
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