16 de Maio de 2022 às 09:24

Santander terceiriza atendimento a clientes; barrar o processo passa pelas eleições de outubro

Santander

FOTO: ARTE SPBANCÁRIOS

O Santander está se valendo da crise econômica e social do país – que mantém mais de 12 milhões de desempregados – e das alterações nas leis trabalhistas para aprofundar o processo de terceirização. Bancários das áreas de atendimentos lotados no Bloco I do Radar estão vivendo clima de terror devido a um processo de realocação causado pela terceirização.

Os relatos recebidos pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região são fortes e evidenciam que o Santander irá terceirizar para a empresa SX Negócios, toda ou boa parte da área de atendimento, que hoje já tem o controle das áreas de Contas Correntes e Negócios do banco.

Mais de 100 bancários demitidos

Já foram demitidos mais de 100 bancários nas áreas de responsabilidade da Superintendência de Atendimento, conforme dados obtidos em reunião realizada na semana passada. Apesar de o banco não assumir que a terceirização da área é o fator principal das demissões, o motivo ficou claro após os relatos recebidos dos bancários demitidos e que estão na ativa.

“É inaceitável o que está ocorrendo com esses bancários. A situação é insustentável. Não há transparência. Os bancários com as funções de assistentes e analistas até tentam se realocar, mas não há oportunidades pra todos. Supervisores, coordenadores e poucos analistas conseguiram, vários por indicação. Mas e o restante?”, questiona Antonio Bugiga, dirigente sindical e bancário do Santander.

Sem vagas para todos

O Sindicato apurou que o WORKDAY (Meu lugar) – sistema para recolocação de vagas no banco – não funciona. Vários bancários relataram que eles devem procurar o gestor da vaga via e-mail ou Teams. E muitas das vagas são fakes – não existem na verdade, possivelmente por já terem sido preenchidas, mas ainda constam no sistema. E os bancários só descobrem isso quando falam com os gestores. A grande maioria não consegue nem marcar entrevistas com os supervisores. São raros os casos em que recebem resposta.

“É um descaso total e um completo absurdo por parte desta gestão, a ponto da própria coordenação dizer que não vai indicar ninguém. Tipo ‘se virem’”, afirma Bugiga.

Santander se vale dos seus supervisores para assediar bancários

Além de tudo isso, alguns bancários estão sendo “convidados” para trabalhar na SX, empresa do conglomerado Santander, mas que mantém empregados terceirizados – uma inovação do banco espanhol para ampliar a intermediação de mão obra, visando redução de custos. Contudo, mensagens postadas em grupos de WhatsApp de bancários de setores do banco revelam o assédio e a coação para mudarem para a SX:

“Bom, todo mundo está fazendo os corres para se realocar, oportunidades estão surgindo, porém alguns estão se prendendo ao FGTS, mudança de CNPJ, previdência enfim…” “Eu sei que cada um sabe onde aperta o calo… Mas avaliem de fato se a oportunidade não vale a pena.” “Será que um FGTS faz mesmo a diferença, vc se manter em uma empresa ligada ao banco… Pq se no final não tiver oportunidade, como será sua realocação no mercado, será de imediato?” “Pensem bem oportunidades estão surgindo… Mais uma vez cada um sabe onde aperta o calo e cada um sabe os boletos que tem para pagar…”, são algumas das mensagens que circularam nos grupos.

“Isto é um absurdo! Até que ponto o Santander chegou? O banco brinca com o desespero das pessoas e se vale dos seus supervisores para assediar e induzir os bancários a aceitarem uma proposta de emprego rebaixada e com redução de direitos. E ainda vendem isto como se fosse a melhor coisa do mundo”, protesta Bugiga.

Ampliação da terceirização depende das urnas também

O dirigente enfatiza que enfrentar o processo de terceirização no país envolve a ação sindical, mas também está diretamente ligado a quem os trabalhadores irão eleger em outubro de 2022.

“O Santander promove este processo graças a reforma trabalhistae a legalização da terceirização irrestrita de todas as atividades de uma empresa, ambas aprovadas após o golpe de 2016, e que, naquela época, foram vendidas como uma ilusão que geraria seis milhões de empregos, mas passados quase cinco anos das mudanças, as novas regras não apenas não geraram empregos – haja vista os 12 milhões de desempregados no país –como ainda reduziram direitos e salários de quem consegue se manter empregado” afirma Bugiga.

“Ou seja, os trabalhadores devem pensar muito bem em quem irão eleger em outubro. Não adianta votar em candidatos a presidente, a deputados e a senadores vinculados a interesses dos empresários, esperando que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados ou ampliados. A luta é de classes, e nós teremos a oportunidade de equilibrar esta correlação desigual de forças em outubro, nas eleições”, disse Antonio Bugiga, dirigente sindical e bancário do Santander.

Fonte: SP Bancários

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