1 de Junho de 2020 às 07:49

Abertura das agências da Caixa aos sábados é prejudicial aos empregados

Caixa

Mais de duas mil agências da Caixa Econômica Federal, que representam cerca de 50% das unidades, abriram neste sábado (30), das 8h às 12h, por determinação da direção do banco. As agências funcionaram para atender aos beneficiários que quiserem sacar a segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600, cujo o pagamento permanece centralizado no banco público.

De acordo com o calendário divulgado pela Caixa, estarão autorizados a fazer o saque do auxílio emergencial, neste sábado (30), os trabalhadores informais, contribuintes individuais do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Microempreendedores Individuais (MEIs) nascidos em janeiro como também aqueles que receberam a primeira parcela do auxílio até o dia 30 de abril. Será possível, ainda, fazer transferência do benefício para contas da Caixa ou de outros bancos.

Fabiana Uehara Proscholdt, secretária da Cultura e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, lembra que os empregados da Caixa já estão trabalhando muito durante a semana. “Não vemos a necessidade de as agências continuarem abrindo aos sábados nesta fase em que os dias úteis estão atendendo a demanda. Este esforço extra é muito prejudicial aos trabalhadores, pois troca um dia de descanso por um dia de esforço e ainda aumenta a exposição deles a doença.”

Uma das principais cobranças das entidades representativas dos bancários ao Executivo federal é a descentralização do pagamento do auxílio. Às vésperas da segunda etapa para o saque do benefício, o governo ainda não tem definição sobre o assunto. No último dia 24, o governo federal voltou a divulgar que os Correios seriam uma opção para ajudar no cadastramento do benefício.

“Desde o início da concessão do auxílio, reivindicamos a descentralização do pagamento para outros bancos”, ressalta Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Contraf-CUT e presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae). “São mais 101 milhões de cadastramentos — o que corresponde à metade da população brasileira — e cerca de 60 milhões de beneficiários. É preciso envolver tanto os bancos públicos como os bancos privados e outras instituições. Mas, infelizmente, nem a Caixa nem o governo atenderam a esta reivindicação”, afirma.

Além de não descentralizar o pagamento do auxílio emergencial, o presidente da Fenae destaca que a direção da Caixa, até este momento, não fez uma ampla e efetiva campanha de informação à sociedade. “Que esclareça, de forma clara a abrangente, os procedimentos para o cadastro e a concessão do benefício”, reforça Takemoto. “É por isso que as pessoas ainda acabam recorrendo às agências para o cadastramento ao auxílio, por exemplo (que só pode ser feito pela internet ou por aplicativo de celular), ou para situações que poderiam ser resolvidas por telefone”, acrescenta o presidente da Fenae.

Fonte: Contraf-CUT

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