21 de Julho de 2014 às 08:01

Caixa amplia fatia de participação na Tecban para 10% das ações

NOVO ACORDO

Depois de mais de 10 anos de discussões, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, Caixa, HSBC e Citi finalmente fecharam um novo acordo de acionistas para consolidar suas unidades de autoatendimento na rede Banco24Horas, gerida pela Tecnologia Bancária (Tecban). Antes de finalizar o acordo, no entanto, foi preciso modificar a posição acionária das instituições na Tecban e elevar a participação da Caixa de 5,95% para 10%.

A fatia de cada um dos bancos na Tecban sempre foi o principal entrave ao acordo de consolidação, uma vez que há um descompasso entre a participação de cada um deles na empresa em comparação com o fluxo de transações e receitas gerados individualmente na rede integrada. Nesse sentido, a Caixa, segundo uma fonte próxima, só aceitou fechar o acordo depois de elevar sua posição.

O banco adquiriu uma parcela de pouco mais de 1% de cada um dos quatro maiores acionista ou uma fatia extra de 4,05%. Até então, o Itaú, o maior acionista na Tecban, detinha 25,94% da empresa; seguido por Santander, com 20,82%; Bradesco, com 16,31%, e, Banco do Brasil, com 13,53%. Com fatias menores, além da Caixa, o HSBC detém 9,02% e o Citi 5,64%, posições que foram mantidas.

Não se sabe ainda se novas mudanças virão pela frente para equilibrar essas participações. Procurados, a Caixa e os quatro maiores acionistas não comentaram o assunto. Em teleconferência, o diretor-geral da Tecban, Jaques Rosenzvaig, também não quis falar sobre o tema, mas negou, por exemplo, planos para uma futura oferta pública de ações (IPO, em inglês).

Com a nova composição acionária, no entanto, os bancos conseguiram avançar no acordo que pode consolidar os 11.325 caixas eletrônicos que as instituições detêm fora das agências na rede do Banco24Horas, em um movimento estimado para ocorrer nos próximos quatro anos. Atualmente, o Banco24Horas tem 15.300 terminais e a expectativa é chegar a 30 mil até 2020.

Mesmo com o acordo, os bancos ainda terão caixas eletrônicos com suas bandeiras. "Onde os acionistas quiserem manter de forma individual, manterão. A Tecban assumirá uma parte representativa. O projeto não é migração, é expansão da Rede24horas", disse Rosenzvaig, em teleconferência.

A expectativa é que a consolidação gere redução de custos para os bancos e ganhos de eficiência. Esse benefício, porém, deve ficar mais restrito aos bancos grandes, que têm uma rede extensa de terminais externos, como é o caso de BB, Bradesco, Caixa e Itaú.

O Banco do Brasil - que tem 3.500 terminais externos que poderão entrar no acordo de compartilhamento - ainda não sabe quanto vai ganhar em eficiência. Para o diretor de clientes do BB, Gueitiro Matsuo Genso, o maior ganho será a expansão da rede de autoatendimento. "Vai ampliar muito o número de transações nesses terminais", prevê.

O acordo traz ganho de eficiência para o Bradesco, disse o banco em nota. "Com relação aos serviços e tarifas praticadas pelo Bradesco, o banco igualou, no início deste ano, as franquias das transações realizadas nas máquinas de autoatendimento da Rede Bradesco Dia & Noite e Banco24Horas. Desta forma, a franquia de serviços é compartilhada entre as redes."

Mas quando o assunto é o aumento da capilaridade, o maior ganho virá para as instituições que hoje não têm presença ou estão em poucos pontos fora das agências. O Santander, por exemplo, tem apenas 900 terminais externos e sem investimentos individuais passará a contar com uma rede muito maior em pouco tempo.

Caso semelhante se dá com HSBC, que tem apenas 200 máquinas de autoatendimento externas. O diretor de canais digitais, Marcello Veronese, explica que, para a instituição, portanto, o ganho se concentra muito mais na expansão desse número do que na economia com a manutenção da rede atual.

Já o Citi não tem rede externa própria. "No momento em que o Banco24Horas passar de 15 mil máquinas para 30 mil máquinas, há uma melhora do serviço e da proposta de valor do Citibank", afirma o superintendente de produtos para o segmento de varejo do banco, Theo Keremian.

Fonte: Valor Econômico

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