21 de Julho de 2020 às 10:56

Caixa joga responsabilidade sobre o trabalho remoto para os gestores do banco

Home office

Um documento da direção da Caixa enviado aos gestores na última quinta-feira (16), demonstra o descaso do banco com a saúde e a vida dos empregados. Ele informa que não haverá prorrogação automática do trabalho remoto, cabendo ao gestor decidir se o empregado volta ao trabalho presencial ou permanece em home office. “Informamos que a partir de 17/07/2020 a prorrogação do Projeto Remoto Excepcional ocorrerá de acordo com as diretrizes de cada Vice-Presidência, sempre observando as orientações de Saúde e Segurança do Ministério da Saúde”, diz o texto.

No entanto, segundo o diretor da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis, não há qualquer diretriz das vice-presidências sobre o assunto. “A responsabilidade sobre as perdas de vidas, as contaminações, os problemas com os decretos municipais e estaduais vão cair nas costas dos gestores. Os empregados continuam na incerteza e a Caixa está ‘lavando as mãos’”, avalia.

“Querem expor a saúde e a vida dos empregados às custas do lucro do banco. Os casos da doença continuam aumentando. Tirar os trabalhadores do home office vai na contramão de todas as orientações das autoridades de saúde e nós não podemos permitir este absurdo”, ressalta o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.

Ainda na quinta-feira, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) enviou um ofício à direção do Banco cobrando a prorrogação do teletrabalho enquanto perdurar a pandemia do novo coronavírus, já que os casos e mortes causados pela Covid-19 não diminuíram.

“Diante da informação que a Caixa deixa a cargo de cada gestor a prorrogação ou não do Projeto Piloto, o que, na prática, é o fim do isolamento social, os representantes dos empregados registram a discordância com a atitude da Caixa. Reiteramos a necessidade de retomada das negociações entre os representantes da direção da Caixa com as entidades representantes dos empregados para efetivamente fazer valer os protocolos sanitários e de proteção”, diz o documento.

Live com vice-presidentes e descaso com empregados

A saúde e a vida dos empregados da Caixa não podem estar acima dos lucros do banco. Este foi o recado da vice-presidente de Pessoas (VIPES), Girlana Granja Peixoto, ao retorno ao trabalho remoto ficará a cargo das chefias. Ela fez o anúncio em uma live interna para os empregados na quinta-feira. Outra fala grave foi a do vice-presidente de Rede de Varejo (VIRED), Paulo Angelo Souza, que informou que os empregados devem estar onde são mais rentáveis ao banco, ou em casa ou no teletrabalho.

Inverdade sobre o Saúde Caixa              

De acordo com o diretor Dionísio Reis, Girlana Peixoto informou, ainda na live, que a implementação do teto 6,5% do custeio do Saúde Caixa foi feito com acordo do movimento sindical. “Girlana mentiu que a implementação do teto de custeio do Saúde Caixa foi feito com anuência do movimento sindical.

A direção da Caixa implantou essa mudança de forma unilateral no estatuto, com protesto da nossa representante no Conselho de Administração. E a negociação, em 2018, conseguiu protelar para 2021 a implementação que já estava prevista para aquele mesmo ano”, disse. “A unidade dos empregados é contra este teto e contra qualquer implementação da CGPAR 23 que resultará na aniquilação do nosso plano de saúde, além da destruição dos nossos demais direitos e do caráter 100% púbico da Caixa”.

Para o diretor da Fenae, a tentativa da vice-presidente de Pessoas é desmobilizar os empregados, que realizaram o Conecef no último final de semana (10 e 11 de julho) e estão em plena Campanha Nacional e na luta pela renovação dos acordos coletivos da categoria.

Fonte: Fenae

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