28 de Dezembro de 2017 às 09:49

Caixa: novo bônus é discriminatório e ameaça a PLR

Bônus Caixa

Sem qualquer negociação com os representantes dos empregados, a direção da Caixa definiu as regras para o pagamento de bônus. Diferentemente da PLR e da PLR Social, que remuneram todos os empregados, o novo programa – chamado de Bônus Caixa – discrimina boa parte dos trabalhadores que participam do resultado do banco. 

O Bônus Caixa abrange o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2017, e a apuração para efeito de pagamento ocorrerá após a divulgação oficial do resultado operacional de 2017. Mas só receberão a remuneração gerentes, superintendentes, coordenadores e supervisores.

Estão excluídos, empregados que ocupam funções gratificadas como auxiliar de atendimento, assistente e caixa. 

O movimento sindical enviou ofício à Caixa cobrando a suspensão do programa em 1º de dezembro, mas até agora não obteve resposta. Também reivindica negociação visando valorização dos trabalhadores, evitar adoecimentos e discriminação. 

“Todos os empregados constroem juntos o resultado da Caixa e não apenas os gestores que batem as metas. Muitos bancários estão revoltados e afirmam que não vão mais vender produtos por causa do Bônus Caixa”, afirma Dionísio Reis, diretor do Sindicato e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). 

“A Caixa deveria respeitar todos os empregados que trabalharam pelo resultado, principalmente assistentes e técnicos bancários. Mas em vez de incentivar a união entre os trabalhadores, motivando todos a atingirem o resultado, esse programa [Bônus Caixa] discrimina e divide os bancários em duas castas: os privilegiados e os excluídos ou dispensáveis”, protesta um bancário de uma agência da zona sul de São Paulo. 

Além da venda de produtos, o Bônus Caixa leva em conta aspectos da rotina de trabalho, como por exemplo, economia de horas extras nas agências. Essa é uma das razões da Caixa estar sendo denunciada no Ministério do Trabalho por registro irregular, pois essa prática pressiona os empregados a continuarem trabalhando sem registrar o período a mais trabalhado no ponto. 

Direção ameaça PLR Social e a PLR – Diferentemente do Bônus Caixa, a PLR remunera todos os empregados. Resultado de mobilização dos trabalhadores ao lado do movimento sindical, a PLR passou a ser paga pela Caixa em 2004, seguindo a regra dos demais bancos. Além disso, o banco público distribui, desde 2011, 4% do lucro líquido entre todos os empregados. Fruto da Campanha Nacional do ano anterior, a chamada PLR Social leva em conta funções sociais do banco como o atendimento à população. 

Antes dessas conquistas, a Caixa pagava apenas a PRX – atrelada a metas. Praticamente só os gestores recebiam a remuneração. 

“São conquistas democráticas, frutos da mobilização dos empregados, que possibilitaram a socialização dos ganhos do banco entre todos os bancários. Mas todos os anos a direção da Caixa ameaça a PLR e mostra querer extinguir a PLR Social na mesa. Soma-se a isso a implantação, de forma unilateral, do Bônus Caixa, que irá discriminar boa parte dos empregados, o que demonstra uma clara movimentação no sentido de dividir os empregados e desvalorizar grande parte deles”, afirma Dionísio. 

Por: Redação Spbancarios

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