9 de Dezembro de 2008 às 11:59
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A Caixa Econômica Federal lança na próxima semana um pacote de redução de juros e ampliação de prazos de empréstimos para empresas e pessoas físicas, seguindo a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os bancos públicos devem baratear o crédito para estimular o crescimento da economia em 2009. O Banco do Brasil anunciou na semana passada várias reduções de juros em linhas de crédito. A estratégia do governo é usar os bancos oficiais, que respondem por quase 40% do crédito no País, para puxar para baixo as taxas e influenciar as instituições privadas a fazerem o mesmo.
A nova rodada de queda dos juros, puxada pela Caixa, terá como foco as micro e pequenas empresas, que continuam com dificuldades de crédito bancário por causa dos efeitos da crise global no País. As novas taxas foram fechadas em reuniões da direção do banco nos últimos dois dias e deverão estar disponíveis nas agências da Caixa a partir da semana que vem, informou ontem o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival. A estratégia, segundo ele, é manter o “fôlego” da economia e aumentar a escala dos negócios da Caixa com taxas mais competitivas.
A queda das taxas deve atingir quatro linhas de financiamentos para as empresas e duas para pessoas físicas. A linha de crédito para novos investimentos (como compras de máquinas e equipamentos) de micro, pequenas e médias empresas, por exemplo, terá a taxa mais alta de 4,07% mais TR reduzida a 1,1% mais TR ao mês. A mais baixa passará de 3,18% mais TR para 1,95% mais TR. De imediato, a Caixa vai disponibilizar R$ 1 bilhão para revitalizar essa linha que já existe, mas estava pouco acessada.
Na linha “Conta Garantia”, que funciona como uma espécie de crédito rotativo para micro, pequenas e médias empresas, o juro máximo deve cair de 3,1% para 3,02% ao mês, o que daria ao ano uma queda em torno de 1%. No “Crédito Parcelado”, para capital de giro do mesmo segmento, a queda deve ser da mesma ordem. Para as grandes empresas, a Caixa vai melhorar a linha “Credifrota”, para renovar a frota de veículos.
Para as pessoas físicas, o banco vai ampliar de 24 meses para 36 meses o prazo de pagamento da linha “Crédito Direto Caixa”, que é o CDC do banco. No prazo mais longo, a taxa ficará em 3,5% ante os atuais 4,53% ao mês cobrados em CDC de 24 meses. No CDC para o turismo, o prazo vai dobrar: 12 para 24 meses. A taxa com prazo maior ficará em 3,89%. “Foi tão difícil começar a expandir o ciclo de crédito no País que não podemos retroagir”, disse Percival.
Segundo ele, a Caixa oferece taxas “mais competitivas” em relação a outros bancos porque está capitalizada e, com a expansão da base de clientes, ganha maior rentabilidade com o volume maior de negócios. Segundo Percival, será bem-vinda a uma redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito, em estudo pelo Ministério da Fazenda.
Beatriz Abreu, Isabel Sobral e Adriana Fernandes, de O Estado de São Paulo