9 de Setembro de 2008 às 11:19
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Nesta sexta-feira, 5, foi realizada em Brasília a primeira rodada de negociação específica da campanha salarial entre o Comando Nacional dos Bancários, assessorado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Contraf/CUT, e a Caixa Econômica Federal. O debate teve início com um apelo feito pelos trabalhadores para que o processo de negociação deste ano seja menos turbulento que o do ano anterior, em que a empresa mostrou-se intransigente na mesa, culminando com a greve dos empregados sob a ameaça de ajuizamento de dissídio no TST.
Na reunião foi informada a mudança de coordenador da CEE/Caixa, assumindo Jair Ferreira, representante da Fetec/Centro-Norte, em lugar de Plínio Pavão, da Contraf/CUT.
No início da reunião foi entregue à Caixa a solicitação de prorrogação do Acordo 2007/2008 até a conclusão das negociações atuais. A Caixa concordou em prorrogá-lo até 30 de setembro, e caso seja necessário haverá uma nova prorrogação.
Foram apresentados os eixos específicos aprovados no 24.º Conecef (Congresso dos Empregados da Caixa), que sintetizam a pauta de reivindicações, e uma proposta de calendário, aceita pela Caixa, para o debate de cada um deles, conforme segue:
- 12/09 - plano de cargos e carreiras e isonomia para todos;
- 19/09 - auxílio e cesta-alimentação para todos aposentados e pensionistas, jornada de seis horas pra todos e contratação de pessoal;
- 26/09 - democratização da gestão e recomposição do poder de compra dos salários.
Foi feita também uma explicação de cada um dos itens:
Para o PCC foi proposta uma reformulação, que é estabelecer um processo semelhante ao ocorrido em 2007 com o PCS. E que ocorra dentro de um prazo pré-estabelecido para que seja possível propor mudanças que contemplem os interesses dos empregados.
Isonomia: além da preocupação com a equiparação de todos os direitos entre os trabalhadores novos e antigos, que já apresentou vários avanços, tais como Apip, parcelamento de férias, plano de saúde nas mesmas condições para todos, o novo plano da Funcef e a nova tabela do PCS. “Ainda é necessário conquistarmos a licença-prêmio e o adicional de tempo de serviço, queremos discutir a equiparação dos mercados B e C com o A e da filiais 2 e 3 com as nível 1, e também a manutenção do salário integral e os cargos para os empregados que se afastam por motivo de saúde”, diz Plínio Pavão, diretor da Contraf/CUT.
Sobre auxilio e cesta alimentação para os aposentados e pensionistas, Jair Ferreira explica: “Quando o trabalhador se aposenta, perde o benefício. Uma parcela conseguiu na justiça, mas queremos que o direito seja estendido a todos. Outra questão importante é o restabelecimento da jornada de 6 horas a todos os empregados”, acrescenta Jair.
Mais contratação – Outro tema é a contratação de empregados. Atualmente há 78.172 funcionário na Caixa, de um total autorizado pelo Ministério da Fazenda de 78.524 pessoas, mas este número é insuficiente tendo em vista o aumento de atribuições assumidas pela empresa nos últimos anos. “A empresa precisa cobrar do governo autorização para ampliação deste número”, defende Jair Ferreira.
Já a democratização da gestão é uma reivindicação antiga e se concretiza com a eleição pelos empregados de um representante no Conselho de Administração e outro no Conselho Diretor da Caixa.
Recomposição do poder de compra dos salários se dá de várias formas. Um exemplo é a recente negociação do PCS, que trouxe reajustes da ordem de mais de 10% em alguns casos ou a adoção do novo Saúde Caixa que, com a mensalidade proporcional ao salário, representou ganho para os empregados que têm menores salários.
Adesão ao novo PCS – A Caixa apresentou um balanço da adesão ao novo PCS que encerrou nesta sexta-feira 5. Segundo a Caixa, 90% dos empregados tinham feito a adesão.
Retirada do patrocínio do Reg/Replan – Foi formalizado um protesto em relação à declaração feita recentemente pela presidenta Maria Fernanda de que a Caixa tem intenção de retirar o patrocínio do Reg/Replan não saldado. A resposta do banco é que na ocasião foi manifestada a intenção, mas que a idéia não é deixar os colegas desamparados. Para isso será feito um estudo sobre as condições técnicas e jurídicas que possam oferecer uma alternativa aos empregados.
“A alegação da empresa não justifica, pois quando o Novo Plano da Funcef foi negociado, o entendimento é de que seria opcional, não podendo haver nenhum tipo de retaliação aos colegas que decidissem permanecer no Reg/Replan. Portanto, a Caixa está rompendo com o negociado. Não aceitaremos essa situação”, diz Jair Ferreira.
Comissão dos critérios avaliação do PCS – Os representantes da Contraf/CUT afirmaram que o andamento das negociações dos critérios de avaliação para promoção por merecimento não está acontecendo como era esperado. Por isso não foi possível fechar um consenso até 31/08, data negociada para a finalização do processo. Foi proposta, e aceita pela Caixa, a prorrogação dos trabalhos até o dia 25/09, com a realização de mais três reuniões, nos dias 11/09, 18/09 e 25/09, em que foi recomendado um esforço para que a Caixa resgate os princípios debatidos na mesa de negociação, pois os representantes da empresa estão retrocedendo em pontos já anteriormente acordados.
Contraf/CUT