25 de Junho de 2020 às 10:28
Caixa
Apesar de a direção da Caixa ter oficialmente prorrogado o acordo de home office até o dia 30 de junho, muitas empregadas das áreas-meio foram convocadas para retornar ao trabalho presencial na segunda-feira 22. Boa parte delas não tem com quem deixar os filhos que estão integralmente em casa por conta do fechamento de creches e escolas, problema que também é enfrentado por muitas empregadas de agências com filhos pequenos.
O movimento sindical tem cobrado, sem sucesso, desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), negociar condições de trabalho para essas trabalhadoras. A direção do banco, entretanto, segue ignorando, há mais de três meses, as tentativas de discutir medidas para essas, assim como continua ignorando boa parte das reivindicações dos empregados.
"A ausência de um protocolo da direção da Caixa para estas e tantas outras demandas dos trabalhadores faz com que cada empregado e cada gestor se vire conforme suas possibilidades", salienta a dirigente sindical de São Paulo, Tamara Siqueira, empregada da Caixa.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo ouviu várias empregadas nesta situação. A maioria delas é obrigada a deixar o filho na casa de parentes pertencentes a grupos de risco, ou então, quando casal de empregados do banco, revezar nos cuidados dos pequenos, por não ter com quem deixá-los.
“Meu marido também é empregado da Caixa, e estamos revezando, cada semana um fica de home office. Não temos família próxima e se um dos dois não puder mais (home office), não sei como faremos”, relata uma trabalhadora.
“Na semana que tenho de ir à agência, meu filho fica na casa da minha mãe. Ela é de grupo de risco, assim como a minha avó, que já tem 85 anos. Tenho muito medo de pegar o vírus, passar para ele e contaminá-las, mas não fui liberada para fazer meu trabalho remotamente, mesmo produzindo muito”, diz uma outra empregada da Caixa.
“Meu marido é médico e trabalha na linha de frente. Cuido de nosso filho e tenho batido metas trabalhando de casa. O que vou fazer se for convocada?”, indaga uma empregada.
“Meu gestor me avisou que acabou o home office. Meu filho vai para casa da minha mãe, em outra cidade, e vai ficar lá por 15 dias direto”, conta uma outra trabalhadora.
Os representantes dos trabalhadores continuam exigindo da direção da Caixa uma solução para essa questão “Reivindicamos uma medida que contemple essas empregadas e também empregados nesta situação. Trata-se de questão de saúde pública. O STF reconheceu como acidente de trabalho o bancário que contrair o coronavírus. Nos procure, pois temos negociado caso a caso e iremos responsabilizar a direção e as chefias pela sua omissão”, orienta Tamara Siqueira.
Fonte: SEEB/São Paulo
Link: https://sindicario.com.br/caixa-economica-federal/coronavirus-direcao-da-caixa-ignora-situacao-de-empregadas-com-filhos-pequenos/