20 de Março de 2020 às 08:24

Coronavírus: Movimento sindical cobra e Caixa reforça proteção

COVID-19

O movimento sindical tem cobrado diretamente da direção da Caixa, e também da Fenaban e  Banco Central, que as medidas para proteger a saúde de bancários e clientes durante a pandemia de coronavírus sejam intensificadas. Parte das cobranças foram atendidas pelo banco público, mas ainda são insuficientes. 

"Desde a semana passada, os sindicatos vêm cobrando dos bancos medidas mais efetivas para proteger a saúde dos bancários e clientes. Inicialmente, a Caixa divulgou medidas que só orientavam os empregados e que, na sua maioria, responsabilizavam os bancários, inclusive deixando a cargo dos gestores decisões que colocam em risco a vida dos empregados como, por exemplo, o afastamento ou trabalho remoto de pessoas do grupo de risco. Após a nossa cobrança, a Caixa divulgou medidas mais acertavas, mas avaliamos que é necessário avançar mais tendo em vista a gravidade da situação”, comenta o coordenador da CEE/Caixa, Dionísio Reis. 

Grupo de risco

Após a cobrança, a Caixa determinou que empregados do grupo de risco devem se afastar do trabalho. Não é mais uma decisão da chefia. 

"O fato da decisão não ficar nas mãos do gestor é um avanço, uma vez que proteje o trabalhador do grupo de risco e também o gestor, que não fica com uma decisão de tamanha importância e responsabilidade nas suas costas. Porém, vemos como um bloqueio muito grave para a proteção dos trabalhadores em grupo de risco a exigência de relatório médico, uma vez que essa exigência pode fazer com que ele vá até unidades de saúde e acabe por se contaminar. Cobramos que a Caixa aceite uma autodeclaração do empregado com prazo de 30 dias para comprovação médica", diz Dionísio. 

Casos confirmados e suspeitos

Em caso de suspeita ou confirmação por coronavírus , com atestado  [B 34.2 e B 97.2], aciona-se o protocolo. Antes da cobrança do Sindicato, o protocolo era acionado apenas em casos de confirmação. Então, com o exame ficando pronto entre 4 e 7 dias, o tempo de exposição de bancários e clientes ao vírus era maior. 

O protocolo para casos suspeitos e confirmados determina: afastamento imediato do empregado; notificação da área de pessoas e superior hierárquico, avaliando as providências necessárias para fechamento da unidade e direcionamento da equipe para projeto remoto; comunicar a equipe; quarentena inicial de 5 dias, podendo se estender para 14 dias,; liberação de toda a equipe para projeto remoto; utilização de notebook Caixa ou, se o empregado não possuir, é permitido uso de equipamento pessoal; agendamento com a logística da higienização da unidade. 

Já para os casos em que empregados possuam sintomas, mas sem atestado, fica determinado: afastar ou priorizar no projeto remoto empregados gripados, tossindo, com coriza, febre ou dor de garganta, juntamente com o grupo de risco. 

Licença prêmio

A direção da Caixa também liberou a utilização da licença-prêmio, além da APIP e antecipação de férias, para afastamento de empregados. 

Subnotificação

Parte dos empregados que procuraram o médico foram diagnosticados clinicamente com coronavírus, mas no atestado é informada crise respiratória grave, encaminhando o trabalhador para quarentena de 14 dias. O Sindicato cobra que nesses casos também sejam acionado o mesmo protocolo dos atestados B 34.2 e B 97.2, com fechamento e higienização da agência; todos os empregados em quarentena mínima de 5 dias, extensiva por mais 14 dias; e a agência só pode abrir com outra equipe.

“Nesses casos de suspeita, o protocolo só está sendo adotado quando o Sindicato vai até a agência, mas é necessário que seja estabelecido como procedimento padrão”, avalia Dionísio. 

Atingidos por medidas restritivas  

Os representantes dos trabalhadores também cobram da Caixa o afastamento de empregados atingidos por medidas restritivas como, por exemplo, pais e mães cuja a escola dos filhos está fechada. 

Insumos

O coordenador da CEE/Caixa denuncia que, ao invés de centralizar a compra, a direção da Caixa colocou sob responsabilidade dos gestores a dotação para compra de insumos como, por exemplo, álcool gel. “A Caixa, enquanto uma empresa continental, deveria centralizar essa compra e providencias a distribuição, uma vez que existe grande dificuldade para encontrar estes produtos”, avalia. 

Metas

Uma das principais cobranças é que a direção da Caixa suspenda as cobranças por metas durante a crise sanitária do coronavírus. 

“Já tivemos denunciais de link de superintendente, de SEV, Dia D e planilha de cobrança de produtividade durante esse processo de enfrentamento ao coronavírus. Cobramos o fim da cobrança de metas nesse período de crise”, enfatiza Dionísio. 

Contigenciamento

A Caixa divulgou que o acesso às agências será controlado, antecipando a abertura em uma hora de algumas unidades selecionadas para atendimento de clientes em grupo de risco. A agência só poderá ser ocupada até a metade dos assentos disponíveis, de forma que se mantenha pelo menos um metro de distância entre as pessoas. Empregados, utilizando máscaras e luvas, gerenciarão o fluxo de clientes ao lado de fora das agências, evitando aglomerações. A entrada na área de autoatendimento será limitada a um cliente por máquina. 

“Estamos tomando todas as medidas no sentido de pressionar a Caixa, e os demais bancos, para que tomem todas as providências para proteção de clientes e bancários. Já cobramos a gestão da Gilog e da Gilie sobre os casos do Edifício Eluma, já estamos cobrando a Seves sobre o caso dos terceirizados, e todos os demais casos que estão chegando ao Sindicato e Apcef-SP estão sendo cobrados da Caixa para dimisão e entrada de protocolo. Também exigimos da direção da Caixa, em ofício, que o Sindicato e as demais entidades representativas participem do grupo de gestão de crise em todas as esferas, nacional, estadual e regiões. Nos últimos dias, o Sindicato acompanhou o fechamento da agência Chácara Santo Antônio e foi decisivo no fechamento das unidades Parque Prudente e Augusta, todas com casos suspeitos. Pedimos que os empregados nos mantenham informados e diante de qualquer dificuldade ou insegurança no local de trabalho entrem em contado contem conosco”, conclui Dionísio.

Fonte: SEEB/São Paulo

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