No final da semana passada, a Fenae cobrou da Funcef respostas para os diversos ofícios enviados desde o início do ano. São questionamentos principalmente sobre investimentos, assunto de grande interesse de participantes e assistidos. Apesar da importância de uma gestão transparente, a direção da Fundação tem optado pelo silêncio.
Em um dos documentos, encaminhados no dia 26 de janeiro, foram solicitadas informações sobre a venda das ações da JBS. Segundo noticiado pela imprensa na época, o fundo de pensão teria lucrado R$ 321 milhões em relação ao investimento iniciado, feito em 2009. Nada, porém, foi dito pela Funcef, que sequer explicou os motivos da operação.
Já em 8 de junho, a Fenae cobrou esclarecimentos sobre a situação da carteira imobiliária da Fundação. Isso porque o limite para investimentos em imóveis estava fora do limite estabelecido pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Além disso, em apresentação aberta a participantes, um dos diretores classificou como “dramática” a carteira e afirmou que muitos imóveis não têm escritura.
Ainda em junho, no dia 26, a Fenae solicitou que a Funcef se posicionasse quanto a denúncias feitas por pessoa físicas ligadas à Fundação junto ao Ministério Público Federal, à Previc e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre supostas irregularidades associadas ao novo acordo de acionistas da Vale. No ofício, a Fenae reiterou que por se tratar de um dos investimentos mais relevantes, nenhuma mudança poderia ocorrer sem consulta aos participantes.
“Apesar da transparência ser um dos valores destacados no site da Funcef, não está ocorrendo na prática. As informações que pedimos nesses e em tantos outros ofícios são de interesse dos participantes e assistidos. A direção da Fundação ignora os verdadeiros donos do fundo de pensão, que acabam sabendo das coisas pela imprensa ou pelas redes sociais”, critica Fabiana Matheus, diretora de Saúde e Previdência da Fenae.
Balanço de 2016
Termina nesta segunda-feira (31), o prazo legal para a Funcef divulgar o balanço de 2016. No início de junho, o presidente Carlos Antonio Vieira declarou na imprensa que Fundação teve o quinto deficit consecutivo no ano passado e estimou a conta em R$ 3 bilhões. “A não divulgação do balanço já causou muitos transtornos aos participantes, como a desatualização de cotas e o atraso nos resgates para quem aderiu ao PDVE da Caixa”, diz Fabiana Matheus.
Fonte: Fenae