7 de Fevereiro de 2018 às 08:49
Equacionamento
A Funcef confirmou, nesta terça-feira (6), a quebra da paridade no equacionamento do Reg/Replan Não Saldado. De uma vez só, divulgou os planos que irão equacionar os deficits de 2015 e 2016. Ambos estão programados para começar em março e se estenderão pelos próximos 20 anos. Diante do desrespeito aos direitos dos participantes, a Fenae ingressará com ação coletiva na Justiça.
A quebra da paridade está prevista no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que os diretores indicados e todos os diretores eleitos assinaram junto à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) em junho de 2017. De acordo com a própria Previc, o TAC é um instrumento com a finalidade de promover a adequação de condutas reconhecidas como irregulares. Portanto, quem assina um TAC admite um “erro” a ser corrigido.
“Os diretores assinaram todos juntos um documento se comprometendo a tirar a paridade e agora não querem assumir. Se quebraram a paridade de um plano, podem fazer nos demais. Vamos à Justiça para impedir esse absurdo”, alerta a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus.
No Não Saldado, as contribuições extraordinárias são definidas de acordo com três faixas salariais. Sem a paridade, os assistidos da terceira faixa salarial, por exemplo, terão acréscimo de quase 3,5 pontos percentuais na alíquota de desconto, subindo de 14.35% para 17.82%. Para equacionar os deficits de 2015 e 2016, segundo informações da própria fundação, a contribuição extraordinária total pode chegar, em média, a 21,05% para os participantes assistidos, enquanto a contrapartida da Caixa será, em média, de 14,05%.
“Além de ser castigado na própria empresa com a impossibilidade de ascensão na carreira só porque optou por permanecer no plano, o participante terá que assumir a maior parte do deficit. Mais uma vez, os interesses da Caixa se sobrepõem aos dos participantes”, critica Fabiana.
Em evento com aposentados no início do ano, diretores eleitos afirmaram que, à medida em que os ativos do Não Saldado forem se aposentando, a contribuição da Caixa diminuirá. As projeções apresentadas indicam que, em cerca de sete anos, todos os ativos do Não Saldado estarão aposentados. Assim, os participantes vão pagar sozinhos 100% do deficit do plano.
No pacote desta semana, a Funcef divulgou também o plano de equacionamento do Reg/Replan Saldado referente a 2016. A contribuição extraordinária será de 9,59% pelo prazo de 220 meses. Com o desconto de 2,78% vigente desde maio de 2016 (referente a 2014) e a cobrança de 7,86%, que ocorre desde setembro de 2017 (referente a 2015), os participantes do Saldado pagarão ao todo 20,23% ao longo das duas próximas décadas.
Este é o terceiro plano de equacionamento anunciado em menos de dois anos. Pela primeira vez, a decisão foi de equacionar o deficit pelo máximo, sem alteração no prazo de pagamento. Adotada justamente no final da gestão, a medida castiga ainda mais os participantes para fazer uma “faxina contábil”. “Os planos apresentarão resultados melhores às custas do participante, cada vez mais sobrecarregado com perdas e redução de benefícios”, critica a diretora da Fenae.
Fonte: Fenae
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