9 de Abril de 2015 às 16:32

Governo garante que Caixa vai continuar 100% pública. Vitória é resultado das mobilizações em todo o país

Caixa continua 100% Pública

país

A confirmação foi feita nesta quarta-feira (8) pelo ministro Joaquim Levy e pela presidente do banco, Miriam Belchior. Fundamental para isso foi a mobilização das entidades, dos empregados e da sociedade, contra a proposta de abertura de capital

A Caixa Econômica Federal vai permanecer 100% pública. Isso foi o que confirmaram nesta quarta-feira (8), em Brasília (DF), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e a presidente do banco, Miriam Belchior. O anúncio foi feito em uma entrevista coletiva concedida no final da manhã, no Palácio do Planalto, logo após reunião com a presidenta Dilma Rousseff. Foi informado, porém, que o governo vai estudar a abertura de capital da Caixa Seguradora.

“Hoje a presidenta Dilma decidiu que a Caixa continua 100% pública e que começaremos os estudos para fazer a abertura de capital do nosso negócio de seguridade”, disse Miriam Belchior. Segundo Levy, o principal objetivo é aumentar a presença do banco em um segmento importante. “E também aproveitar a vitalidade do nosso mercado de capitais. Já temos outras experiências, como feito no BB Seguros, que demonstrou ser um grande sucesso”, destacou.

Para o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, o anúncio de que o capital da Caixa não será aberto é uma vitória do movimento nacional dos trabalhadores. “Essa conquista é resultado da mobilização dos mais de 100 mil empregados, dos movimentos sociais e dos brasileiros, liderados pelas entidades do movimento sindical e associativo, como Fenae, Contraf/CUT, Apcefs, sindicatos e federações de bancários de todo o país”, avalia. Com relação à Caixa Seguradora, ele afirma que é preciso aguardar os estudos que serão feitos pelo governo.

“A Caixa é um grande patrimônio da sociedade brasileira, de importância estratégica ímpar para o desenvolvimento econômico e social do país”, reforça Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT). O vice-presidente da Fenae, Clotário Cardoso, acrescenta: “É preciso enaltecer a luta dos bancários e das bancárias, cujas atividades realizadas Brasil afora foram essenciais para esclarecer a população sobre a importância do banco continuar 100% público”.

Mobilizações em todo o país
A mobilização contra a proposta de abrir o capital da Caixa Econômica Federal começou ainda no fim do ano passado, quando foram veiculadas as primeiras notícias de que o governo federal estaria estudando a medida. Desde 23 de dezembro, foram solicitadas diversas audiências por meio de ofícios enviados à Presidência da República, à Secretaria-Geral da Presidência, à Presidência da Caixa e ao Ministério da Fazenda.

No dia 25 de fevereiro, na Câmara dos Deputados, ocorreu o ato em defesa da Caixa 100% pública. O evento, organizado pela Fenae, Contraf/CUT e gabinete da deputada federal Erika Kokay (PT/DF), reuniu representantes das principais centrais sindicais (CUT, CTB, CSP-Conlutas e Intersindical) e de entidades do movimento sindical e associativo. Uma das principais deliberações foi a criação do Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública.

Convocado pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa – Contraf/CUT), o Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública, em 27 de fevereiro, foi histórico. “Milhares de empregados postaram fotos nas redes sociais segurando o cartaz enviado para todas as unidades, com a hashtag #ACaixaédoPovo. O recado contra a abertura de capital foi sonoro e, certamente, ouvido no Planalto”, lembra Fabiana Matheus, coordenadora da CEE/Caixa.

Na primeira reunião do Comitê Nacional em Defesa da Caixa 100% Pública, realizada no dia 6 de março, em Brasília (DF), foram debatidas diversas ações de luta. A principal delas foi o tuitaço promovido na noite do dia 25 de março, que movimentou as redes sociais com a hashtag #DilmanãovendaaCaixa. Em apenas meia hora, foram quase 800 postagens apenas no Twitter, todas condenando a possível entrega de parte do banco para o capital privado.

O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, ressalta também a importância dos eventos que ocorreram em diversos estados brasileiros. “Foram seminários, audiências públicas e atos realizados por federações, sindicatos, Apcefs e outras entidades. A mobilização em cada cidade, em cada região, foi essencial para que o governo decidisse pela manutenção da Caixa como empresa 100% pública, a serviço dos brasileiros”, frisa.

Fabiana Matheus, que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae, alerta, porém, que a mobilização não pode parar. “O recuo do governo foi uma vitória que veio graças à unidade da categoria. Essa força precisa ser mostrada nas próximas lutas que serão travadas, principalmente por melhorias nas condições de trabalho e para evitar golpes aos direitos da classe trabalhadora, como é o caso do PL 4.330, que libera as terceirizações sem limites”.

Fonte: Fenae Net

Convênios saiba +

Clube de campo saiba +

Jogos/ Resultadossaiba +

Parceiros