31 de Agosto de 2015 às 08:29
Lucro
Banco público eliminou 1.853 postos de trabalho em relação a junho de 2014; Campanha Nacional Unificada 2015 cobra contratações urgentes
São Paulo – A Caixa Federal teve lucro líquido de R$ 3,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, o que significa crescimento de 2,8% em 12 meses. Na comparação com o primeiro trimestre do ano, o aumento foi de 25% (o lucro no segundo trimestre foi de R$ 1,9 bilhão), mas ficou no mesmo patamar do segundo trimestre de 2014. O balanço foi divulgado pelo banco na quinta-feira 27.
Por outro lado, a instituição financeira extinguiu empregos. O número de bancários foi reduzido em 1.853 em relação a junho de 2014. Comparado ao primeiro trimestre deste ano, foram 2.374 empregos postos de trabalho a menos. A Caixa vinha elevando seu quadro até dezembro de 2014, mas em 2015 passou a cortar vagas em função do Plano de Apoio a Aposentadoria (PAA).
“Estamos em plena Campanha Nacional Unificada 2015 e uma das principais reivindicações da nossa pauta é mais contratações. A situação nas agências está precária, os empregados estão sobrecarregados e adoecendo. O lucro que o banco apresenta mostra que é plenamente possível atender a essa demanda e com a urgência que ela merece”, afirma o diretor executivo do Sindicato e integrante da Comissão Executiva dos Empregados (CEE), Dionisio Reis, que participa das mesas de negociação com o banco.
O dirigente cita outros dados do balanço que apontam para sobrecarga dos empregados: “O número de clientes aumentou em 5,1 milhões em 12 meses, o que ampliou a carteira para 80,8 milhões de correntistas e poupadores. Já a quantidade de contas correntes e de poupança atingiu 86,6 milhões ante 82,5 milhões em junho de 2014”.
E destaca que o resultado positivo reforça não haver necessidade da implementação do programa GDP (Gestão de Desempenho de Pessoas), combatido pelo movimento sindical por instituir metas individuais, aumentar a concorrência entre os empregados e propiciar o assédio moral. “O lucro cresceu mesmo sem a implantação completa do GDP, isso comprova: ele não é necessário para que a empresa tenha bons resultados. O fim do GDP é outro ponto fundamental da nossa pauta.”
Dados – O resultado da Caixa decorreu, principalmente, do aumento das receitas de operações de crédito em 33,9% (R$ 40,8 bi), do resultado de TVM (Títulos e Valores Mobiliários, de R$ 19,4 bi) –em grande parte indexados pela Selic, a taxa básica de juros, em alta – e derivativos de 56,4%, além do incremento nas receitas de prestação de serviços em 13,2% (R$ 9,9 bi). A comparação é com os primeiros seis meses de 2014.
As despesas com provisão para devedores duvidosos totalizaram R$ 9,6 bilhões no primeiro semestre de 2015, aumento de 49% na comparação com o mesmo período de 2014. Essa alta não se justifica no índice de inadimplência acima de 90 dias: no final do semestre era de 2,85%, mesmo patamar do primeiro trimestre de 2015. Em 12 meses, subiu 0,09 ponto percentual.
As transações realizadas em canais eletrônicos representaram 57,1% do total de movimentações bancárias e são as que mais crescem. Somente as realizadas por meio de celular/smartphone cresceram 105,2% quando comparado ao mesmo período de 2014.
A Caixa encerrou o primeiro semestre de 2015 com R$ 1,1 trilhão de ativos, aumento de 16,2% em 12 meses e 3,8% no trimestre, alavancado, principalmente, pela expansão da carteira de crédito que evoluiu 17,4% em 12 meses e 3,4% no trimestre.
Crédito – O crédito imobiliário a pessoas físicas e jurídicas cresceu 20,8% em 12 meses e 3,5% no trimestre, chegando em junho com saldo de R$ 366,6 bilhões, o que representava 67,9% do mercado.
O saldo das operações de saneamento e infraestrutura apresentou alta de 36,8% em 12 meses e 5,2% no trimestre, somando R$ 63,3 bilhões, que corresponde a 9,8% do crédito total.
A carteira destinada às pessoas físicas encerrou o semestre com saldo de R$ 458,5 bilhões, evolução de 18,6% em 12 meses e 3,4% em relação a março de 2015. Os principais destaques foram os financiamentos imobiliários, que atingiram R$ 354 bilhões, crescimento de 20,8% em 12 meses, e o crédito consignado, com saldo de R$ 55,6 bilhões e crescimento de 9,7% em doze meses.
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