18 de Agosto de 2010 às 09:41

Lucro da Caixa cresce 44,1% e atinge R$ 1,7 bilhão no primeiro semestre

A Caixa Econômica Federal fechou o primeiro semestre deste ano com lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, crescimento de 44,1% em relação ao mesmo período do ano anterior (R$ 1,158 bilhão). No segundo trimestre, o ganho foi de R$ 890 milhões, também superior ao número do ano passado (R$ 706 milhões).


O resultado é fruto de uma expansão de crédito de 50,3% sobre junho do ano passado. O saldo atingiu R$ 149,2 bilhões. Isso permitiu à instituição um ganho de dois pontos percentuais de fatia de mercado, fechando o semestre com 9,75% do total do sistema financeiro.


"Esse resultado mostra o acerto da estratégia do governo federal, que utilizou os bancos públicos para manter o nível de crédito e combater os efeitos da crise mundial. Na época, analistas do mercado criticaram o que foi chamado de 'uso político' dos bancos, que teriam prejuízos com as medidas. O crescimento expressivo no lucro mostra que eles estavam equivocados", avalia Plínio Pavão, secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT e empregado da Caixa.


Para o dirigente sindical, o momento é oportuno para que a Caixa valorize seus empregados, maiores responsáveis pelo crescimento no lucro. "A estratégia foi acertada, mas teve consequências difíceis para os empregados do banco, que viram aumentar ainda mais a sobrecarga de trabalho a que são submetidos. Estamos entrando na Campanha Nacional dos Bancários 2010 e esse resultado mostra que a Caixa tem plenas condições de atender às reivindicações dos bancários, como o reajuste de 11%, PLR maior, mais contratações e fim das metas abusivas e do assédio moral", sustenta Plínio Pavão.


Outros números do balanço


Os empréstimos para as pessoas físicas chegaram a R$ 109 bilhões, avanço de 51%, enquanto as linhas para as empresas foram a R$ 40 bilhões, alta de 47,4% em 12 meses.


Os ganhos anualizados com operações de crédito avançaram 36,8% no segundo trimestre, mas o resultado da intermediação financeira caiu 6,5%, puxado pelo desempenho gerencial de tesouraria.


Os números negativos foram compensados por um incremento de 18% nas receitas com prestação de serviço. Com isso, o resultado operacional avançou 7,4%, para R$ 808 milhões no segundo trimestre.


Contribuiu também para o desempenho a queda da inadimplência. Os atrasos acima de 90 dias mantiveram-se estáveis no primeiro semestre, em 2,3%, mas inferior aos 2,6% de junho do ano passado.


A Caixa tem ainda um espaço razoável no balanço para continuar sua estratégia de expansão. O índice de Basileia, que mede o grau de alavancagem da instituição, fechou o semestre em 17,1%, acima do mínimo exigido pelo Banco Central (11%) e da média do sistema (próximo a 15%).


Fonte: Contraf-CUT, com Fernando Travaglini - Valor

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