25 de Janeiro de 2017 às 09:01
Caixa
Fenae
A primeira negociação da mesa permanente com a Caixa Econômica Federal em 2017 trouxe alguns avanços em relação aos critérios de descomissionamentos. Foi acatada a proposta formulada no Grupo de Trabalho paritário que prevê melhorias como o asseguramento do pagamento da função por 60 dias e a eliminação da possibilidade de aplicar a dispensa na instauração da análise preliminar. No entanto, a mobilização dos empregados deve continuar para pressionar o banco a rever a versão mais recente do RH 184, que prevê a suspensão de funções sem critérios e outras arbitrariedades da gestão da empresa.
“Deixamos claro para a Caixa que a luta das representações dos trabalhadores é contra o descomissionamento arbitrário e que vamos continuar pressionando a direção para que implante as outras 11 propostas formuladas a partir dos debates com empregados de todo o país, que são fundamentais para combater esse problema”, enfatizou o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis, que também é diretor do Sindicato do Bancários de São Paulo, Osasco e Região.
Na reunião, realizada em Brasília nesta terça-feira (24), a CEE/Caixa defendeu também um prazo de 180 dias para realizar uma pesquisa com avaliadores de penhor de todo o país sobre as condições nos locais em que realizam suas atividades. Os interlocutores do banco alegaram que o prazo era longo e que só pagariam o adicional por mais 60 dias. Após pressão da Comissão Executiva, eles recuaram e estenderam por 90 dias.
A Caixa vem ameaçando suspender em definitivo o pagamento do adicional desde julho do ano passado, alegando que laudos técnicos feitos por empresas contratadas pelo banco atestam que os locais de trabalho dos avaliadores não são mais insalubres. Esta versão foi contestada pelas representações da categoria que conseguiram, na mesa permanente, a prorrogação do adicional até 31 de dezembro de 2016. Em janeiro, por solicitação da CEE\Caixa, o adicional também foi pago.
Desmonte
Os debates com os representantes o banco sobre reestruturação, verticalização, agências digitais e deficitárias e rede de operações deixaram claro que o modelo de gestão adotado pela direção visa reduzir cada vez mais o papel social do banco. “A preocupação é tornar o banco rentável, sem considerar o seu viés de propulsor do desenvolvimento econômico e social do país”, diz Fabiana Uehara, diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A CEE\Caixa cobrou posicionamento da empresa em relação às notícias veiculadas pela imprensa sobre fechamento de agências e desligamentos de cerca de 10 mil trabalhadores. Os representantes do banco confirmaram que o Conselho Diretor aprovou proposta de Programa de Demissão Voluntária (PDV), que se encontra no Ministério da Fazenda, mas que não há previsão de quando será implantada. Para anunciá-la, a Caixa depende da autorização dos órgãos controladores.
Uma coisa é certa: segundo os interlocutores da Caixa, não haverá reposição dos empregados que saíram do banco no último PAA e nem tampouco daqueles que aderirem ao PDV. A orientação da direção da empresa é enxugar o quadro de pessoal. “Essa redução, juntamente com medidas como o fechamento ou enxugamento de unidades supostamente deficitárias, a verticalização do modelo de negócio, mudanças no Plano de Funções de Gratificadas (PFG). têm sido adotadas pela Caixa, sem o debate com as representações dos trabalhadores, e acarretam a precarização nas condições de trabalho e adoecimento, além de comprometer a qualidade do atendimento ao público”, alertou o coordenador da CEE.
Fórum
A Comissão Executiva dos Empregados reivindicou a convocação de uma reunião do Fórum Paritário Nacional sobre Condições de Trabalho, para debater e deliberar sobre a ampliação dos fóruns regionais em todo o país. Este instrumento, fruto da campanha salarial de 2014, está funcionando em algumas bases sindicais. Foi solicitada também a realização de outra reunião do Fórum ampliada com representantes de gestores da área de pessoal de todo o país para debater medidas de combate ao adoecimento mental dos empregados. A Caixa concordou com as duas propostas e ficou de encaminhar a realização desses encontros.
Com relação às condições em trabalho, esteve em pauta também a situação dos tesoureiros. A CEE denunciou que estes trabalhadores estão sendo colocados para o atendimento ao público, o que representa um risco para segurança, porque eles são responsáveis pelo cofre das unidades.
Outro assunto que gerou protestos por parte dos membros da Comissão Executiva foi o envio de mensagens eletrônicas aos trabalhadores cobrando o cumprimento de metas. Este tipo de procedimento por parte do banco é vedado na cláusula 37 da Convenção Coletiva dos Bancários. Essa mesma cláusula proíbe a divulgação de ranking individual, estratégia que vem sendo adotada pela Caixa através de seus sistemas corporativos. Os representantes do banco se comprometeram a apurar as denúncias e se adequarem ao que está previsto no acordo.
Saúde Caixa
A Caixa informou, na mesa permanente, que a partir de 1º de fevereiro retomará o reembolso de procedimentos odontológicos. O benefício foi suspenso para adequações no sistema. Segundo o banco, houve elevada demanda em 2016, mais de 13 mil concessões, o que gerou demora no atendimento aos pedidos dos usuários do plano de saúde. A empresa prometeu mais celeridade na concessão dos reembolsos.
PLR
A CEE/Caixa cobrou a antecipação do pagamento da segunda parcela da PLR. A empresa alegou que o atendimento dessa reivindicação depende da divulgação dos resultados do banco. Caso isso ocorra até o final de fevereiro, admitiu a possibilidade de efetuar o crédito no início de março. Pelo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), os bancos têm até 31 de março para pagar o benefício.
Fonte: Fenae
Link: https://sindicario.com.br/caixa-economica-federal/mesa-define-melhorias-no-rh-184-mas-luta-pela-revisao-do-normativo-continua/